Do blog de Josias de Souza, na Folha Online:
O diário britânico Financial Times levou à sua edição deste sábado (25) um texto do repórter Jonathan Wheatley. Reproduz o teor de conversa que manteve, durante um almoço, com Fernando Henrique Cardoso.
Encontraram-se no restaurante Carlota, próximo ao apartamento de FHC, no bairro paulistano de Higienópolis. O diálogo foi longo. A certa altura, FHC levou à mesa a disputa eleitoral de 2010.
Jonathan conta que a voz dele ganhou, pela primeira vez, um timbre de frustração. Para FHC, a oposição “entendeu errado” o processo político. "Nós permitimos a mitificação de Lula”, disse.
Nesse ponto, o ex-presidente fez uma avaliação do perfil político do sucessor: “Lula não é um revolucionário”, disse. “Ele veio da classe trabalhadora e se comporta como se fizesse parte da velha elite conservadora."
Embora o relato de Jonathan seja deste sábado, ele foi à mesa de almoço com FHC há três semanas e meia. As pesquisas já apontavam o favoritismo de Dilma Rousseff. O repórter diz ter sugerido ao interlocutor que já se sabia qual seria o desfecho da sucessão.
FHC assentiu: “Sim”. O que isso vai significar para o Brasil? Ao responder, o grão-tucano destoou do discurso de seu próprio partido. José Serra já se referiu à pupila de Lula como um “envelope fechado”. Na campanha, insinua que Dilma, por inexperiente, não vai conseguir governar.
Tomado pelo que disse a Jonathan, FHC não chega a ser otimista quanto à provável gestão Dilma. Mas tampouco parece achar que o país mergulhará no insondável:
"Isso vai nos impedir de desenvolver mais rapidamente. Mas isso não vai levar o Brasil para trás. A sociedade é muito forte para isso", disse. (Leia mais)
Siga o blog no twitter
Deixe um comentário