FERROESTE E PORTO DE PARANAGUÁ DEFENDEM NOVO RAMAL FERROVIÁRIO
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) apoia a iniciativa da Ferroeste que está trabalhando para viabilizar o projeto de construção de um ramal ferroviário, entre Guarapuava e o Porto de Paranaguá. A ligação soluciona o gargalo ferroviário existente no corredor de Paranaguá, entre Guarapuava e Ponta Grossa, e é estratégica para o escoamento da produção agrícola do Paraná e de outros estados que exportam grãos pelo terminal portuário paranaense. Com a implantação desse novo ramal, a Ferroeste consolidará mais uma etapa de seu plano de expansão e o Porto de Paranaguá ganhará mais um diferencial competitivo.
Segundo informações da Ferroeste, o novo trecho, de 365 quilômetros, encurta a distância entre Cascavel e Paranaguá em 125 quilômetros e reduz o tempo de viagem de oito para dois dias, a partir da eliminação de gargalos logísticos. O projeto está em fase de conclusão dos estudos de viabilidade. A previsão é de que as obras sejam iniciadas em 2010. A Ferroeste calcula que os investimentos serão de aproximadamente R$ 985,5 milhões.
“O que nós estamos propondo é que a Ferroeste se expanda não só a Paranaguá, mas também ao Mato Grosso do Sul e Paraguai. Nós temos projeto para isso, temos estudos de viabilidade e o Porto de Paranaguá faz parte desse projeto. A Ferroeste é muito importante para o porto, assim como o porto é importante para a Ferroeste. Portanto, nós temos que unir essas duas forças e construir um Paraná cada vez melhor”, afirmou o secretário de Estado dos Transportes, Rogério Tizzot, que esteve em Paranaguá junto do diretor-presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, em reunião em que foi apresentada a proposta à direção da Appa.
Para Gomes, o ramal da Ferroeste de Guarapuava a Paranaguá promoverá uma “revolução logística” – que irá baratear os custos de produção e impulsionar o desenvolvimento do Oeste e Sudoeste do Paraná, Mato Grosso do Sul, Oeste de Santa Catarina e do Paraguai – e dará a Paranaguá novas condições de firmar seu protagonismo como um dos principais portos do Brasil. “Não é possível conceber o porto se desenvolvendo plenamente sem essa ligação ferroviária com o Mato Grosso do Sul, com o Paraguai, com o Oeste de Santa Catarina. Essa ligação entre as regiões interiores da América do Sul e o seu porto natural, que é Paranaguá, será propiciada pela expansão da Ferroeste”, destacou.
O estudo de viabilidade do novo ramal ferroviário, elaborado pelo Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), aponta uma demanda potencial de cerca de 30 milhões de toneladas na área de influência da Ferroeste, considerados os ramais para o Mato Grosso do Sul, Paraguai e Santa Catarina. Por isso, a Ferroeste projeta a nova linha com capacidade para escoar até 30 milhões de toneladas/ano. “O frete ferroviário pode ser até metade do valor do rodoviário, em determinadas circunstâncias. E, isso, claro, é um benefício para a economia do Paraná. Os produtos têm seu valor final muito menor. Portanto, facilita muito a comercialização não só no mercado interno como no internacional”, observou Tizzot.
O superintendente da Appa, Daniel Lúcio Oliveira de Souza, não tem dúvida de que a proposta do ramal ferroviário, ligando Guarapuava a Paranaguá, dará um novo impulso ao crescimento do Porto de Paranaguá, que já é o maior exportador de grãos da América Latina. “Teremos um novo cenário para o nosso porto no futuro com a expansão da Ferroeste.”
APOIO DO CODESUL
Segundo informações da Ferroeste, o novo ramal, de Guarapuava a Paranaguá, tem o apoio do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul) e foi aprovado pelo governo federal em reunião no Palácio do Planalto, em 25 de janeiro de 2008. Estavam presentes, na ocasião, a ministra chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff, o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e os governadores do Paraná, Roberto Requião, do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, e de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira.
O ramal da Ferroeste, a partir de Guarapuava, passará pelos municípios de Prudentópolis, Irati, Fernandes Pinheiro, Teixeira Soares, Palmeira, Porto Amazonas, Lapa, Balsa Nova, Araucária, Curitiba, São José dos Pinhais, Morretes, Antonina e Paranaguá.
Também participaram da reunião, na Appa, o comandante da Polícia Militar (PM), coronel Anselmo de Oliveira, que integra o Conselho de Administração da Ferroeste, o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, Francisco Carlos Simioni, e o economista do Deral, Disonei Zampieri, além de membros do Conselho de Autoridade Portuária (CAP).
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