Ferroeste e Exército discutem a criação da Ferrosul
¨A posição do Governo do Paraná e da Ferroeste é que a criação da Ferrosul fortalece o projeto de construção dos novos trechos para os demais Estados do Sul. O Exército está indissociavelmente ligado ao projeto desde a sua origem e queremos que continue cumprindo a sua missão¨, afirmou o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, nesta sexta-feira, 22, em Brasília, onde esteve reunido com o chefe do Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército, general Ítalo Forte Avena.
Na ocasião, Gomes entregou a Resolução do Codesul, o parecer técnico do Grupo de Trabalho criado pelos governadores e outros documentos relativos à criação da Ferrosul. No encontro foi discutida a celebração de um protocolo a ser firmado entre o Governo do Paraná e o Ministério da Defesa para que o Exército participe dos estudos de engenharia e da construção dos novos ramais. O Exército deverá coordenar a construção de todos os 1.365 km de novas ferrovias e construir diretamente alguns trechos. O início previsto das obras é 2011 e deve ser concluído em dois anos.
O plano de trabalho elaborado pelo Exército e Ferroeste prevê que a construção será feita em módulos de 50 km. Gomes reiterou que os estudos de engenharia são para trilhos em bitola mista (métrica e larga) e incorporando também o transporte de passageiros. O acordo entre Ferroeste e Exército, autorizado pelo governador Roberto Requião, deve ser assinado em fevereiro.
No encontro de Brasília, o Exército definiu um representante junto à Ferroeste para acompanhar a transferência de R$ 30 milhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) destinados pelo Ministério dos Transportes aos projetos da Ferroeste. Os recursos serão transferidos através da Valec, sócia da Ferroeste e responsável pela expansão das ferrovias federais. O dinheiro será utilizado na atualização de projetos de engenharia dos novos ramais que compõem o trecho Maracaju (MS)/Porto de Paranaguá.
¨O Exército e a Ferroeste estão trabalhando em sintonia há mais de um ano¨, ressaltou Gomes. Em agosto de 2009, em um helicóptero militar, a Ferroeste, o Ibama, o Exército e a Mineropar, depois de 20 horas de vôo e 2.500 quilômetros percorridos, concluíram o trabalho de vistoria ambiental aérea, necessário para o licenciamento ambiental dos projetos, pelo Ibama/DF. Na vistoria, técnicos militares também fizeram a prospecção de engenharia dos novos ramais. A recente parceria entre Ferroeste e Exército começou no I Seminário Técnico de Planejamento da Expansão da Ferroeste, em 18 de dezembro de 2008, em Curitiba. Depois disso aconteceram vários encontros.
O trecho de 248 quilômetros de linhas da Ferroeste entre Guarapuava e Cascavel foi construído pelo Exército entre 1991/94 durante o primeiro mandato do governador Roberto Requião. ¨Não fosse o Exército se somar ao Paraná, a ferrovia não teria sido construída¨, disse Gomes. Para o general Avena, a expansão da ferrovia é encarada atualmente ¨como a obra principal do Exército¨. Segundo o presidente da Ferroeste, ¨a importância da renovação da parceria com o Exército está na garantia de qualidade da ferrovia a ser construída, nos custos reduzidos de construção, na valorização do Exército e do seu papel na sociedade¨.
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