Um momento de desatenção no trânsito ou uma pisada mais fundo no acelerador pode custar caro, muito caro. Quando não custa uma vida, o valor de um acidente de trânsito em Curitiba pode desfalcar em até R$ 100 mil o Sistema Único de Saúde (SUS), considerando-se os casos mais graves, em que o paciente necessita de atendimento de emergência, cirurgias, internação numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e etc. Informações do Bem Paraná.
O dado foi levantado pelo diretor geral do Hospital Universitário Cajuru (HUC), doutor Juliano Gasparetto. Também professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Ontem ele participou de audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) e debateu o “Maio Amarelo – Formas e Meios para Redução dos Acidentes de Trânsito no Paraná”, e tratou justamente dos custos da violência no trânsito para o SUS, que é seu objeto de estudo no doutorado.
De acordo com os registros do Hospital, anualmente são atendidas cerca de 5 mil pessoas vítimas de acidente de trânsito, ao custo de R$ 10 milhões por ano. Se considerado o número de pessoas atendidas e o custo total ao SUS, temos a média de R$ 2 mil gasto com cada paciente vítima desse tipo de ocorrência. Nos casos mais graves, porém, o custo pode multiplicar por 50.
“Hoje, atendemos no HUC de 4 a 5 mil pacientes no Pronto-Socorro todo mês. Desses, mais ou menos 700 são vítimas de acidentes de trânsito. É uma das principais causas de internações e com certeza responde pela maior parcela de casos graves”, conta o médico e diretor do hospital. “Nesses casos mais graves, em que o paciente necessita de atendimento de emergência, cirurgia e UTI, isso pode gerar um custo ao SUS, por paciente, de R$ 100 mil”.
Reponsáveis por 57,2% do total de internações em acidentes de trânsito, os ciclistas e motociclistas são também as vítimas em dois terços dos casos mais graves que chegam ao hospital. Para Gasparetto, o crescimento da frota de motocicletas, o uso mais frequente de bicicletas e até mesmo algumas questões de física explicam o porque desses números.
“O número de motos ele cresceu muito nos últimos anos. Temos uma crise econômica e hoje é mais barato andar de moto, comprar uma moto, até do que andar de ônibus. Então mais pessoas trabalham com motos também. Outro ponto é que temos mais pessoas usando bicicleta para se locomover. Mas porque é grave o acidente em duas rodas? Porque todo a força do trauma, da colisão, é trasmitida para a epssoa. Na prática, ele (motociclista ou ciclista) é o parachoque do veículo”.
Acidentados atendidos no Hospital Cajuru
Total de atendimentos
2017: 5.383
2018: 5.193
Variação: – 3,53%
Atendimentos segundo modal (dados de 2018)
Ônibus: 67
Automóvel: 1.355
Bicicleta: 438
Caminhão: 48
Moto: 2.536
Atropelamento: 749
link da matéria
https://www.bemparana.com.br/noticia/cada-acidente-de-transito-com-ferido-grave-custa-ate-r-100-mil-ao-sus-no-parana#.XNVTkY5KjIX
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