Após meses de articulações, Progressistas e União Brasil oficializam nesta terça-feira (29) em Brasília a criação da Federação União Progressistas. No Paraná, o anúncio soa como uma bomba no tabuleiro de 2026 – e quem mais deve sentir o impacto é o senador Sérgio Moro (União Brasil).
No papel, a federação é uma superpotência no âmbito nacional e também no estadual: 10 deputados federais, 14 estaduais, 91 prefeitos e quase mil vereadores, além de 2 minutos de tempo de TV e um gordo fundo partidário.
Mas, fora do papel, a vida real promete ser muito menos amigável. O PP é dirigido pelo clã Barros – comandado pelo deputado federal Ricardo Barros, um dos políticos mais hábeis do Paraná. Maria Victoria (PP), deputada estadual e atual presidente do PP no estado, tende também a ser a presidente da nova federação. E ela avisou em um post Instagram: a ex-governadora Cida Borghetti é pré-candidata do PP ao governo.
Traduzindo: Moro não vai encontrar necessariamente um tapete vermelho com os novos colegas de federação e haverá disputa de espaço.
O senador, que sonha com a cadeira de governador em 2026, terá de lutar palmo a palmo por espaço dentro da federação. E bem, até pedras do petit pave do Centro Cívico sabem que Moro nunca foi conhecido exatamente por sua habilidade em costuras políticas.