De Fábio Campana, no Estadinho
Dificilmente as eleições em colégios pequenos, como o da Assembléia Legislativa, surpreendem. Na verdade, só se vai à votação final quando tudo já foi acertado.
Ontem, tivemos uma dessas eleições no Legislativo para a escolha do novo conselheiro do Tribunal de Contas (TC) do Paraná. Até as pedras do centro Cívico estavam cansadas de saber que o eleito seria Hermas Brandão.
Pois bem, não deu outra. Brandão foi eleito novo conselheiro do Tribunal de Contas. Por unanimidade. Com direito a choro emocionado do adversário Valdir Rossoni, primeiro a discursar e a declarar seu voto a favor.
A maioria fez o mesmo. Debulhou lágrimas, deixou a emoção aflorar e compôs o cenário de fim de feira. Os que não voltarão, então, não escondiam sua desolação.
E no Tribunal de Contas foi eleito presidente o conselheiro Nestor Baptista. Essa foi outra crônica de uma eleição anunciada. No TC há revezamento dos conselheiros na presidência da casa. Tocou, enfim, a Nestor Baptista a vez de assumir o cargo.
O dia caminhou sem surpresas. Até mesmo na CPI do Grampo, onde todos esperavam o depoimento de Délcio Razera, que encontrou obstáculo judicial para comparecer. A CPI se encerra sem esclarecer absolutamente nada sobre o caso, o que também não surpreendeu ninguém.
Há um lado francamente bufo nessa história. Sobreleva, contudo, a tragédia. Seus principais responsáveis, os mais evidentes, são os políticos vulgares e incautos, prepotentes e ineptos.
Mas há tragédia também na esperança. Ou será pretensão? Há quem aposte na possibilidade de negociar um futuro melhor, alimentado por quem, talvez, se imagina no papel de líder, enfim, da nossa Revolução Francesa.
Sosseguem leões, ou melhor, “robespierres”.
(O Estado do Paraná)
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