Faltava grana desviada por Cássio Taniguchi (PFL) dos cofres da prefeitura, mas Beto Richa (PSDB) tinha que cumprir seus compromissos de campanha e criou novos cabides de emprego. Leia o que a Gazeta do Povo publicou em 28 de abril de 2005.
Novos cargos comissionados vão custar R$ 5,2 mi por ano
Prefeitura e Câmara querem contratar 146 funcionários sem concurso
A prefeitura de Curitiba e a Câmara Municipal querem criar 146 novos cargos comissionados (preenchidos sem concurso público, por pessoas de confiança dos administradores e legisladores municipais) e funções gratificadas (concedidas para servidores de carreira). O custo da criação dos cargos, previsto no Projeto de Lei 05.00076.2005 e na Mensagem n.º 18, será de R$ 5,2 milhões por ano. As proposições devem ser votadas na semana que vem. Noventa cargos são requeridos pela prefeitura e 56 pela Câmara.
Os novos cargos requisitados pela prefeitura seriam usados sobretudo para ocupar duas novas secretarias municipais que serão criadas. A Secretaria Extraordinária de Assuntos Metropolitanos, cujo secretário é Rui Hara, deixará de ser extraordinária e vai virar uma secretaria permanente. A Diretoria de Turismo da Curitiba S/A (antiga CIC) será desmembrada e transformada no Instituto Municipal de Turismo (Curitiba Turismo), que será presidida por Luiz Carlos Carvalho.
Além das duas novas secretarias, também devem receber novos funcionários de confiança outros setores da prefeituras, como a Secretaria de Comunicação e a Fundação Cultural de Curitiba, explica o secretário de Governo Municipal, Maurício de Ferrante.
Segundo Ferrante, o custo da criação dos 90 cargos para a prefeitura será de R$ 3,6 milhões por ano. O menor salário é de R$ 820 e o maior é de R$ 7.155. Para não haver impacto no orçamento, a prefeitura explica que a verba sairá de um controle mais rígido nos gastos administrativos. Estão previstos cortes com locação de veículos, passagens, conduções e estadas, telefonia fixa e móvel e material de consumo.
Ferrante afirma que muitos funcionários exercem a responsabilidade de chefias, mas não são remunerados pela função. Ele também fez questão de enfatizar que, em 2000, 13,5% dos servidores eram comissionados. Hoje, são 12,5%.
Já a Câmara quer criar pelo menos 56 novos cargos, com impacto de R$ 1,6 milhão no orçamento, segundo a vereadora petista Professora Josete. Pelo menos R$ 700 mil são de remanejamento de verbas, já que a casa deixará de locar carros para os gabinetes. O restante do dinheiro, R$ 900 mil, em princípio deverá sair do orçamento da Câmara. Josete condena a criação dos cargos. “O valor total de R$ 5,2 milhões supera os investimentos feitos pela prefeitura em áreas sociais”. Ela pede que a sociedade se mobilize para barrar os projetos. “O ideal seria abrir concurso público”, defende Josete.
Nos meios políticos, especula-se que a crise institucional que resultou na saída do ex-secretário de Governo Ricardo Mac Donald pode ter impulsionado a criação de novos cargos em comissão. Embora a prefeitura negue que os novos cargos servirão para contemplar indicações da base aliada do prefeito, desde janeiro os parlamentares da Câmara se diziam insatisfeitos. Muitas pessoas que haviam contribuído para a eleição de Beto Richa à prefeitura de Curitiba acabaram ficando de fora da administração.
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