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Fala, Vargas

Luiz Geraldo Mazza

Como se fosse um pesteado, André Vargas é o ex-petista mais detestado porque a cada um que abandonou a causa há um tratamento especial. Ele não pode ser acusado de adesão ao adversário, pois enquanto nada se sabia de sua ligação com Youssef era um “alinhado”, um enquadrado, capaz daquele gesto diante do presidente do STF repetindo mensaleiros como Zé Dirceu.

Quando se assentaram as denúncias dos tratos com o doleiro iniciou-se um processo de “isolamento”, aquele do portador de doença contagiosa, o pedido desesperado da cúpula do partido para que renunciasse, embora a sua postura de defensor dos mensaleiros em veemência não encontrada em outros partidários.

Essas coisas devem girar pela cabeça do deputado que retornou à Câmara Federal para defender-se. O empenho não apenas dos seus ex-correligionários como dos ligados à base aliada é para que suma, o quanto antes, do mapa já que os prejuízos se estendem à campanha não apenas da Gleisi Hoffmann no Paraná como também à da presidente Dilma que pleiteia a reeleição.

Como o que ocorre no Brasil isso pode ser tudo e também nada, mas a eventualidade de uma retaliação ao partido não é afastada porque operaria como uma fala das vísceras. O abraço do afogado é uma hipótese, outra a de acerto intramuros para uma saída sem traumas. Até lá haja distonia neurovegetativa, suores nas mãos e taquicardia.

Sua defesa pode ser uma carta testamento sem sangue de outro Vargas em outra contingência político-partidária de impacto menor, mas traumática.