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Facebook vai sumir, para ‘satisfação’ do TSE

Essa notícia talvez agrade e despreocupe os ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na última semana, eles decidiram proibir o uso do Twitter aos pré-candidatos às eleições deste ano. Ora, nada mais antidemocrático do que coibir a utilização de uma ferramenta legítima de comunicação dos cidadãos com seus pretensos candidatos.

E hoje, a  Agência Estado publicou uma entrevista com o professor e analista americano Eben Mo­­glen, que leciona na Escola de Direito da Universidade de Columbia, em Nova York. Segundo ele, o Facebook, outro canal livre de comunicação virtual, vai sumir em uma década. Portanto, uma preocupação relevante a menos para o TSE no que diz respeito a oportunidades de acesso a informação e ao debate político com a população.

O professor, que trabalha no desenvolvimento de um software gratuito – Fre­­edomBox – que poderá ser baixado pela internet, sem licença de uso, de modo a permitir a na­­vegação na internet com mais privacidade, ataca a invasão de privacidade da rede social para usar o termo mais politicamente correto.

Espionagem é a palavra usada pelo professor Moglen. “O motivo pelo qual o Facebook está tão enorme está no seu valor por espionar. Não há outro lugar no mundo para espionar centenas de milhares de pessoas com tanta eficácia”, disse à Agência Es­­tado.

Como empresa de capital aber­­to, o Facebook terá de se adaptar rapidamente se não quiser correr o risco de desaparecer. “A re­­lação do Facebook com o mundo secreto é crucial para eles e uma vez que eles se tornem companhia aberta eles terão de tratar isso de modo diferente. Daqui a um ano estaremos falando em como o Facebook teve de se ajustar para ser uma empresa pública”, disse.
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Moglen acha que o movimento contrário ao Facebook deve ga­­nhar força e a rede social acabará perdendo espaço para a con­­corrência, especialmente se o usuário perceber que poderá ter maior controle e sigilo de suas informações. Na Europa, já existe movimento em direção a mu­­dança de regulação para garantir maior privacidade nas redes so­­ciais.

Esse movimento foi iniciado após uma campanha de três anos liderada por um estudante de di­­reito da Áustria Max Schrems, que exige que haja regulação que obrigue o Facebook a deletar todas as informações que possui de seu banco de dados caso o usuário assim o deseje. Ele próprio exigiu na Justiça que o Facebook o entregasse todos os dados que tinha sobre ele.

O resultado foi um documento de 1.222 páginas, contendo inclusive dados que ele já havia apagado. “Quando falo que em até 120 meses o Facebook não existirá mais, estou falando literalmente a verdade. Do ponto de vista tecnológico, o Facebook será substituído”, garante Moglen.