A fim de esclarecer os mistérios em torno da morte de João Goulart, a exumação do corpo do ex-presidente terá auxílio de peritos e tecnologia estrangeira, supervisionados pela Polícia Federal. A definição saiu de encontro, ontem no Rio entre a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, e Rosa Cardoso, integrante da Comissão Nacional da Verdade (CNV).
A presença de peritos estrangeiros é defendida pela família do ex-presidente, vítima de ataque cardíaco em 1976. A exumação poderá tirar as dúvidas sobre o suposto envenenamento do gaúcho, deposto pela ditadura. Como Jango morreu na Argentina, onde corre investigação sobre o caso, peritos do país vizinho atuarão. Técnicos de Uruguai, França, Inglaterra, Rússia e da Cruz Vermelha também podem ser convidados.
O Ministério Público Federal (MPF), a CNV e a Secretaria de Direitos Humanos (SDH) pretendem acelerar a definição dos técnicos e marcar a data da perícia. Ontem, o neto do ex-presidente e diretor de acervo do Instituto João Goulart, Christopher, se reuniu em Porto Alegre com a procuradora da República Suzete Bragagnolo, responsável pelo caso no MPF. O encontro teve a presença do toxicologista Lenine Alves de Carvalho, que reforçou a necessidade de buscar auxílio técnico fora do país.
Um novo encontro ocorrerá dia 30, também na Capital, reunindo a família de Jango, os procuradores, a CNV e a SDH. A reunião deverá encaminhar a definição do corpo técnico e o pedido de autorização. A procuradora Suzete optou por um pedido administrativo em vez de judicial, feito à prefeitura de São Borja, que administra o cemitério onde o ex-presidente está enterrado.
com informações do Zero Hora
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