Na noite de quarta-feira (9), o ex-senador e ex-vice-presidente do Paraguai Óscar Denis Sánches, foi sequestrado em sua fazenda localizada no municíio de Bella Vista Norte, no departamento de Amambay, vizinhos de Ponta Porã, MS.
O motorista dele, um jovem indígena de 21 anos, chamado Adelio Mendoza, também foi levado pelos sequestradores, como informa a agência de notícia IP, do governo paraguaio.
Uma das filhas do ex presidente, Beatriz Denis, disse que não houve ameaças prévias ao sequestro e que a família não tem inimigos. “Nós não temos problemas com as comunidades indígenas, há muitos trabalhando ali (na fazenda)”, disse.
O sequestro foi assumido pela Brigada Indígena do Exército do Povo Paraguaio (EPP), um grupo de guerrilheiros que atua no Norte do país, principalmente, desde 2008. São poucos integrantes, entre 80 e 100 pessoas, que sobrevive de extorsões contra fazendeiros, ataques a propriedades e – suspeita-se – também
Segundo o jornal Última Hora, no carro do senador foram encontrados três panfletos da Brigada Indígena, com termos usados normalmente pelo EPP. Num deles, há uma advertência a fazendeiros, administradores, capatazes, empresários da soja e menonitas (alemães que emigraram ao Paraguai e mantêm grandes áreas produtivas) que diz “abusam das comunidades indígenas: não ficarão impunes”.
Resposta- O ministro do Interior do Paraguai, Euclides Acevedo, atribui o sequestro a uma possível resposta política ao Estado, que oito dias atrás entrou em confronto com o EPP, num acampamento a 30 km do local de onde o senador foi levado, provocando a morte de duas crianças de 11 anos. As meninas, argentinas, seriam filhas de integrantes do exército ilegal
De acordo com Acevedo a resposta será com a mesma intensidade “É a lei da física. Aqui não há como recuar, aqui é preciso ir adiante, porque o Estado foi agredido e tem que ir com todas as suas forças”.
O presidente Mario Abdo Benítez viajou ainda ontem à noite para o departamento de Concepción, para inteirar-se da situação.
O caso das duas meninas mortas
Após a operação da Força de Tarefa Conjunta que, na semana passada, invadiu um acampamento do grupo guerrilheiro e matou duas meninas de 11 anos, o governo paraguaio foi duramente criticado, tanto interna quanto externamente, que mesmo Sem ter prendido nenhum líder do movimento, considerou a operação “um êxito”.
Lilian Mariana Villalba, e María Carmen Villalba, seriam filhas de líderes do grupo terrorista cuja atuação se concentra no departamentos de San Pedro, Concepción e Amambay.
Elas visitavam os familiares no acampamento quando os guerrilheiros foram cercados pelos militares da FTC (Força-Tarefa Conjunta), na última quinta-feira (2). Durante o confronto elas foram mortas com tiros de fuzil. Parentes de líderes do EPP afirmam que as meninas foram executadas pelos militares e depois vestidas com roupas camufladas, para justificar o ataque mortal contra duas crianças.
Além da queixa queixa oficial da Argentina, onde as duas meninas são nascidas, surtiram reclamações de diferentes organismos internacionais, que exigem uma investigação rigorosa para apurar as mortes.
Quem é Oscar Denis?
Amancio Óscar Denis Sánchez nasceu na capital do primeiro departamento, Concepción, cursou bacharel em ciências e letras no Colegio Nacional de Concepción. Mais tarde, mudou-se para a capital para seguir a carreira de química industrial, na Universidad Nacional de Asunción.
Na política se identificou com o Partido Liberal. Foi ministro de agricultura e pecuária , além de eleito governador do Departamento de Concepción entre 1993 e 1998. Foi eleito deputado em 1998 – 2003.
Óscar, de 74 anos, foi senador e assumiu a vice-presidência do Paraguai de 28 de junho de 2012 a 15 de agosto de 2013 na gestão do ex-presidente Fernando Lugo.
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