De Celso Nascimento, na Gazeta do Povo:
É maior do que se imagina a queda de braço que travam o senador Alvaro Dias e o prefeito Beto Richa, ambos pretendentes à vaga de candidato do PSDB ao governo estadual em 2010. Na última quarta-feira, ambos estiveram frente a frente no gabinete do presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra, que lhes pediu que chegassem a um acordo sobre o comando tucano no Paraná. Como na reunião não houve acordo, Guerra deu-lhes prazo até o próxima quarta-feira – caso contrário…
Atualmente, o PSDB regional tem como presidente o deputado Valdir Rossoni – aliado de Richa e um dos principais articuladores da sua candidatura. Logo, em tese, seria empecilho para as pretensões de Alvaro Dias e para tomar decisões isentas, argumenta o senador.
O problema está em que, em outubro, haverá eleição para renovar a direção regional do partido. Beto Richa defende a permanência de Rossoni; Alvaro quer a mudança. Essa pendenga preocupa o tucanato nacional, que quer paz e união em todos os estados para não prejudicar o projeto prioritário do partido, que é eleger o sucessor de Lula.
Nos outros estados não há divisão. Por isso Sérgio Guerra decidiu que em todos eles haverá prorrogação do mandato dos atuais diretórios – menos no Paraná, onde, se for preciso fazer uma convenção, o confronto entre os dois grupos poderá levar o partido a uma situação irremediável. Daí a tentativa de Guerra para fazer a paz entre Alvaro e Beto.
O presidente nacional esperava que esse acordo saísse na reunião de quarta-feira. Não saiu. Alvaro propôs o que, para ele, seria a solução ideal: que a cúpula nacional nomeasse Euclides Scalco para a presidência estadual. Beto insistiu em Rossoni.
Ex-ministro de Fernando Henrique, ex-diretor-geral de Itaipu, ex-deputado federal constituinte e, junto com José Richa e Mário Covas, fundador do PSDB – Scalco poderia ainda acrescentar a essa experiência política nacional, importante quando está em jogo a disputa presidencial, o fato de ser muito ligado à família Richa, a ponto de ter levado Beto à pia batismal.
Sérgio Guerra não tomou posição, mas aconselhou os dois briguentos a se entenderem no máximo até quarta-feira, 12. Se até lá não sair acordo entre eles, a solução virá de cima.
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