por Cicero Cattani
O Paraná não tem o direito de ter opinião, de fazer críticas e de questionar os rumos do Brasil. Pelo menos essa parece ser a opinião do colunista Celso Nascimento, da Gazeta do Povo, que atacou o governador Beto Richa por ter escrito um artigo, publicado na Folha de S. Paulo, onde questiona a eficácia e os custos dos estímulos setoriais e renúncias fiscais concedidos pelo governo Dilma para aquecer a economia e aponta problemas gerenciais do governo federal. Problemas, diga-se, detectados por órgãos de controle do próprio governo, como o Siafi que identificaram uma virtual paralisação no PAC e um apagão gerencial em diversos ministérios.
A opinião do jornalista, segundo se deduz, é que o governador foi muito ousado. Como o próprio Paraná tem problemas, deveria se recolher a sua condição tradicional de ator secundário sem voz e sem voto. O Paraná deveria se limitar ao papel de grande contribuinte de tributos para a União. Opinar sobre os rumos do país estaria fora da alçada e competência do Estado. A petulância de sugerir que algo pode estar errado e que os rumos da condução da economia possam ser questionados, não é, na opinião do jornalista, aceitável. O Paraná deve se conformar a situação de eterno coadjuvante.
Deixe um comentário