Jovens ligados à União Paranaense dos Estudantes (UPE) marcaram para esta terça-feira (19) uma plenária na sede da entidade, no bairro São Francisco em Curitiba, para agendar a primeira manifestação contra o eminente aumento no preço da passagem de ônibus em Curitiba. Os estudantes publicaram um manifesto na manhã desta segunda (18) rechaçando a possibilidade de reajuste previsto para este mês. As informações são do Paraná Portal.
Apesar da esperada insatisfação de diversas entidades, o prefeito Gustavo Fruet (PDT) já admitiu a necessidade de reajuste. Além disso, as empresas concessionárias do transporte público pressionam a administração municipal por uma tarifa mais alta. Atrasos na folha de pagamento, que ocasionaram em 11 paralisações neste e no último ano, estão entre os alertas das empresas por um novo cálculo da tarifa.
Uma audiência mediada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) deve discutir a data-base dos funcionários do sistema e também as multas que o sindicato dos trabalhadores e também o patronal devem pagar pelo não cumprimento da frota mínima durante a paralisação de três dias da semana passada, e pelo atraso nos pagamentos.
Na semana passada, o presidente da Urbs, Roberto Gregório chegou a afirmar que os empresários pedem por uma tarifa técnica de R$ 4 reais. O Setransp, sindicato das empresas, nega. Hoje, usuários do transporte em Curitiba pagam R$3,30 pela passagem de ônibus.
O valor é considerado mais do que suficiente pelos estudantes, que já encaram como certa uma manifestação nesta semana. “Convocamos todos/as a voltar às ruas como sempre fizemos para barrar o aumento, cobrar a abertura da caixa preta da URBS, exigir passe livre para os estudantes e a volta da integração da região metropolitana. Não descansaremos enquanto o poder público não assumir a responsabilidade do problema e resolvê-lo”, convoca o manifesto da juventude.
“Vamos organizar em torno das questões do transporte. O aumento na tarifa é um ponto, já esperávamos. Os equívocos permanecem: a licitação do transporte (em 2010 é questionada), a ‘caixa preta da Urbs’, o acesso dos estudantes, são algumas questões”, afirma o vice presidente do Conselho Municipal de Juventude de Curitiba Felipe Barreto, um dos organizadores da plenária desta terça.
A exemplo de outras capitais do País, onde já ocorrem protestos contra aumentos neste início de ano, os estudantes cobram em Curitiba que as empresas assumam os prejuízos do sistema atual.
“Neste ano, a prefeitura cogita reajustar a tarifa pouco mais de 15%, ou seja, o preço que já é R$ 3,30 subiria para R$ 3,80. O que nos resta saber é quando iremos ver uma crescente de qualidade e não apenas de preço? Ou quando a administração municipal irá levar em consideração os diversos relatórios técnicos e jurídicos que apontam dezenas de irregularidades não só na planilha da tarifa técnica entregue pelas empresas, mas principalmente, comprovam graves irregularidades nos contratos feitos com as empresas? Até quando a população irá continuar pagando a conta sobre o valor imposto pelo monopólio das empresas?”, protestam.
Uma página no Facebook foi criada pela UPE para mobilizar a população na internet. A manifestação é quase certa, segundo as lideranças. A data, porém, deve ser definida nesta terça, no Casarão da UPE. “Possivelmente seja ainda esta semana”, afirma um dos integrantes da Comunicação da União da Juventude Socialista (UJS), Higor Juan. Entre as pautas da plenária estão o “aumento da tarifa”; a abertura da ‘caixa preta da URBS’; passe livre e irrestrito para estudantes; volta da integração com a RMC (Região Metropolitana de Curitiba); revisão da licitação do transporte; fim do monopólio das empresas“.
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