Em julho, Stephen Bannon, 62, chamou seu site, o Breitbart News, de “plataforma para a alt-right” -a “direita alternativa”, guarda-chuva para neonazistas e supremacistas fartos do “politicamente correto”. As informações são de Anna Virginia Balloussier, na Folha de S.Paulo.
No mês seguinte, ele virou chefe da campanha presidencial do republicano Donald Trump. No domingo (13), estrategista-chefe de seu futuro governo. Como tal, será uma das vozes mais influentes na Casa Branca, que ficará mais branca do que nunca, temem grupos que defendem minorias nos EUA.
A reputação do Breitbart o precede. Lá Barack Obama virou “importador de mais muçulmanos cheios de ódio”.
Líderes republicanos tampouco foram poupados: o presidente da Câmara, Paul Ryan, é um “fracote”; o senador e ex-presidenciável John McCain, um “poster boy” para “a desonestidade do establishment”; e o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, um simpatizante enrustido de Hillary Clinton. “A elite republicana sobreviveria a uma vitória dela, mas as chances de superar uma de Trump são bem menores”, diz o site.
Ao assumir a campanha de Trump, Bannon se afastou do site que chefiava desde 2012, após a morte do fundador, Andrew Breitbart, aos 43.
A cornucópia de reportagens pró-Trump fez do Breitbart “o Pravda [jornal soviético] particular” do bilionário, disse um ex-articulista da casa. Ben Shapiro se demitiu após o site duvidar da palavra de uma colega.
Em março, Michelle Fields acusou o então chefe da campanha de Trump, Corey Lewandowsky, de lhe provocar hematomas ao puxá-la pelo braço após ela perguntar ao candidato sobre ação afirmativa. Vídeos confirmavam sua versão, negada por Corey.
“O feminismo é um câncer”, já disse uma das pratas da casa, Milo Yiannopoulos.
Em outro texto, ilustrado com a foto de um bebê chorão, o colunista sugere a vítimas de assédio virtual: “Desconectem-se”. Continuou: “As mulheres estão arruinando a internet” ao tentar suprimir “a tendência natural do homem para ser explosivo”.
Gay e católico, Milo, 32, se diz herdeiro ideológico de Trump (“feliz dia dos pais, papai Donald”) e é um dos heróis da alt-right, que o exalta como “um dedo do meio” para o establishment da esquerda à direita.
Em 2011, Bannon dirigiu o documentário “The Undefeated” (a invicta), sobre Sarah Palin, vice na chapa derrotada de John McCain e abelha rainha do movimento ultraconservador Tea Party. O filme compara os ataques da mídia a Palin com uma zebra espreitada por leões.
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