Em carta lida por rádios de Assunção ontem, o ex-chefe de operações da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai, Luis Rojas, acusou o órgão de comandar uma operação para espionar ilegalmente jornalistas e o então candidato opositor -e agora presidente eleito do país- Fernando Lugo.
A denúncia de Rojas, que deixou o cargo em 18 de abril, obrigou o secretário-geral do órgão, coronel Hugo Ibarra, a vir a público negar as acusações. Ibarra afirmou que a Senad não usa grampeamentos telefônicos com fins políticos e disse que não divulgaria a carta porque seu conteúdo é "pessoal".
Na carta, Rojas também acusa o órgão se superfaturar compras públicas e diz que as ordens para espionar Lugo foram dadas diretamente a seus subalternos, sem seu conhecimento.
Fernando Lugo, que ontem teve o primeiro encontro com o atual presidente paraguaio, Nicanor Duarte, não fez declarações à imprensa. Seus assessores também não comentaram o caso. O presidente eleito também recebeu o presidente do Banco Central paraguaio, Germán Rojas, que disse ter sido convocado para informar a equipe de Lugo sobre medidas da política monetária para tentar interromper a queda do dólar no mercado interno. O novo presidente, eleito em 20 de abril, toma posse em agosto. (Folha de S. Paulo)
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