Os secretários da Saúde Michele Caputo Neto (Paraná) e Ciro Simoni (Rio Grande do Sul) entregaram ao secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, as propostas dos três estados do Sul para o enfrentamento da gripe A em 2013. Os três estados registraram 183 mortes por gripe. No Paraná foram 40 mortes, Santa Catarina 76 e o Rio Grande do Sul, 67.
“Em virtude das condições climáticas e da incidência da doença, os estados do Sul estão pedindo um olhar diferenciado para esta questão em relação aos outros estados”, afirmou Caputo Neto. O documento propõe a antecipação da vacinação para a primeira semana de abril de 2013, pois as temperaturas diminuem a partir antes mesmo do início do inverno região Sul.
Outra proposta é priorização da região na distribuição dos lotes da vacina. Os três estados pediram que o Ministério da Saúde envie no mínimo a mesma quantidade de doses que receberam durante todo o ano de 2012 já no início da campanha. Neste ano, o Paraná recebeu 2,7 milhões de doses. Para 2013, o pedido foi de cerca de 3,5 milhões de doses para atender também outros grupos prioritários.
Além dos já atendidos – crianças (menores de dois anos), idosos (maiores de 60 anos), gestantes, população indígena, população prisional (penitenciárias) e profissionais de saúde que fazem atendimento a Influenza – haveria a ampliação para crianças com idade entre 2 e 5 anos, doentes crônicos cadastrados em programas de saúde, todos os profissionais de saúde, população albergada (asilos e orfanatos), cuidadores da população albergada e população prisional (delegacias).
Além da vacina, foi sugerido campanha educativa nacional sobre a gripe com informações sobre as medidas preventivas e formas de acesso ao tratamento, quanto aos profissionais de saúde, com embasamento técnico para os procedimentos indicados na assistência aos pacientes.
Os estados também sugerem que o medicamento indicado para tratamento das síndromes gripais, o antiviral Oseltamivir (tamiflu), seja receitado para todos os pacientes com síndrome gripal, mesmo sem o diagnóstico laboratorial. A estratégia já foi adotada pelo Paraná em anos anteriores e mostrou-se eficiente, pois acelera o tratamento e a recuperação de pacientes que apresentam sintomas característicos de gripe e evita que o quadro se agrave.
O documento solicita ainda que o Ministério da Saúde forneça o antiviral em quantidade suficiente para atender todos os casos suspeitos de gripe, inclusive em apresentações pediátricas. A intenção é disponibilizar o medicamento em unidades públicas e privadas estratégicas para que a população tenha acesso a ele 24 horas por dia.
Novos Recursos – No período de inverno, o número de consultas e internamentos por síndromes respiratórias aumenta. A maioria dos casos graves necessita de internamento em leito de isolamento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Para arcar com a ampliação da oferta desses leitos e a aquisição de outros equipamentos necessários, como oxímetros de pulso e aparelhos de ventilação mecânica, os governos estaduais também pediram o repasse de mais recursos federais para aplicação direta na área de assistência.
“O objetivo é fortalecer e qualificar a estrutura disponível para o atendimento da população, com investimentos nos hospitais de referência e nas unidades básicas de saúde (UBS), que realizam o primeiro atendimento do paciente com gripe”, explicou o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz.
As secretarias de saúde também reivindicam mais recursos federais para melhorar o monitoramento dos vírus respiratórios circulantes no país. Os investimentos serviriam para qualificar o processo de diagnóstico nas unidades sentinelas e nos laboratórios de referência de cada Estado.
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