“A assinatura dos contratos de pedágio dos lotes 1 e 2 inicia uma viagem longa, de 30 anos ou mais. Espero que os paranaenses não virem meros passageiros nesta longa jornada”, disse nesta quarta-feira, 31, o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) a respeito da formalização da nova concessão de rodovias que cortam o Paraná na terça-feira, 30, em Brasília.
Romanelli reitera que a expectativa dos paranaenses é de que não se repitam erros da concessão anterior. “Vivemos uma experiência que deixou um legado negativo e o sentimento de que fomos explorados por muito tempo por pedágios abusivos e falta de obras”, ressaltou ele, que também manifesta que ainda há preocupações em relação ao sistema que está sendo implantado.
“Em relação à nova concessão, ainda há preocupações sobre o valor das tarifas, que devem ficar muito próximas das anteriores, e em relação à garantia das obras”, considera o deputado. Segundo ele, o programa de investimentos é bastante robusto, mas haverá um reajuste automático de 40% após as duplicações. “É um percentual questionável, resultado da famosa ‘matemágica’ que sempre privilegia as concessionárias”.
Na avaliação de Romanelli, o início da concessão chega com um atraso de pelo menos dois anos. Para ele, as licitações e leilões deveriam ter acontecido em 2021, antes do encerramento dos contratos anteriores para evitar a deterioração das estradas. “Com a assinatura dos contratos esperamos que os trechos privatizados sejam recuperados rapidamente, porque quem está nas estradas constantemente sabe o caos que é rodar pelo Paraná”, avaliou.
Vigilância –Crítico da modelagem das concessões, o deputado Romanelli afirma que vai manter uma vigilância rigorosa sobre os novos contratos. “Torço para que as concessões contribuam com o desenvolvimento do Paraná. Mas não vou mover um milímetro na minha intenção de fiscalizar de perto os novos pedágios. O interesse público e dos usuários deve prevalecer”, considerou ele.
Os dois primeiros contratos de concessão de rodovias foram assinados em uma solenidade com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do governador Carlos Massa Ratinho Junior, dos ministros Renan Filho (Transportes) e Rui Costa (Casa Civil), representantes das empresas vencedoras dos leilões, além de autoridades federais e estaduais.
Trechos – O Lote 1 será administrado pela concessionária Via Araucária, que assume 473 quilômetros de trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427 que passam pela Região Metropolitana de Curitiba, Centro-Sul e Campos Gerais. O contrato prevê 344 quilômetros de duplicações.
O Lote 2 ficará sob responsabilidade da concessionária EPR Litoral Pioneiro e abrange 605 quilômetros das rodovias BR-153, BR-277 e BR-369 e das estaduais PR-092, PR-151, PR-239, PR-407, PR-408, PR-411, PR-508, PR-804 e PR-855 em trechos que passam por Curitiba, Litoral, Campos Gerais e Norte Pioneiro. O contrato de concessão inclui a duplicação de 350 quilômetro.
As duas empresas devem assumir os lotes após a assinatura do Termo de Arrolamento e Transferência de Bens, o que deve ocorrer nos próximos 30 dias.
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