do Portal Terra
O ex-presidente Lula criticou, em discurso na festa de aniversário de 35 anos do PT, a ação da Polícia Federal, que na quinta-feira foi até a casa do tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, e o conduziu coercitivamente para prestar depoimento no inquérito da operação Lava-Jato. Para Lula, a ação da PF foi desnecessária e semelhante a outras que teriam acontecido, segundo ele, durante a apuração do Mensalão, em 2005.
“Ontem fiquei indignado. Seria mais fácil a Polícia Federal convidar nosso tesoureiro para se apresentar do que buscá-lo em casa”, reclamou. “Seria mais fácil dizer que está se repetindo o processo que houve no que chamaram de mensalão”, completou. O evento em Belo Horizonte aconteceu no Minascentro, na região central da capital mineira, e teve ainda a presença da presidente Dilma Rousseff e do presidente do Uruguai, José Mujica, além de integrantes dos diretórios estaduais e nacional do PT.
No discurso, Lula ainda atacou os adversários e parte da imprensa brasileira, responsável, segundo ele, por manipular, julgar e condenar integrantes do partido suspeitos de corrupção.
Para o ex-presidente, há em curso uma tentativa de desestabilização do governo federal para que a presidente Dilma não conclua o mandato para o qual foi recém-eleita:
“Desde o início da campanha eleitoral nossos adversários manipulam investigações institucionais com o objetivo de finalizar o PT. Essas investigações como todas as outras iniciadas em nosso governo devem ser levadas até o fim, esclarecendo os fatos, apontando os responsáveis e levando seja quem for para julgamento,” disse.
“Pessoas são acusadas por meio da imprensa. Não há contraditório nem direito da defesa, condenados já foram escolhidos,” criticou. “O que nossos adversários querem é criminalizar o PT e paralisar o governo. Mais uma vez eles falharam na tentativa de voltar ao poder pelo voto, ao que tudo indica não querem mais esperar outra derrota. Partem claramente para a desestabilização, investem na crise, apostam no caos, manipulando a opinião pública e constrangendo as instituições. Eles vão prestar contas à historia,” afirmou.
Lula defendeu ainda a legenda e os integrantes do partido investigados na operação Lava-Jato por terem supostamente recebido U$ 200 mi em propina de empreiteiras e outras empresas que prestavam serviço à Petrobrás, como teria denunciado o ex-gerente de engenharia da Petrobras, Pedro José Barusco em depoimento à PF: “Apesar de todo alarido, não há nenhuma prova contra o nosso partido nesse processo, nenhuma doação ilegal, nenhum desvio, nada,” enfatizou. “Se algo concreto vier a ser encontrado, Se alguém tiver traído a nossa confiança, que seja julgado e punido dentro da lei. O PT, ao contrário dos nossos adversários, não compactua nem compactuará com a impunidade,” finalizou.
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