Na edição da revista Veja desta semana, a ex-contadora de Alberto Youssef, Meire Bonfim da Silva Poza afirmou à Polícia Federal que circulavam com o doleiro “malas e malas de dinheiro” em esquema de lavagem supostamente utilizado por políticos do PT, PMDB e PP. Segundo ela, as malas de dinheiro saíram da sede de pelo menos três “grandes empreiteiras, sendo embarcadas em aviões e entregues às mãos de políticos”.
Meire, por três anos, montou empresas de fachadas e organizou planilhas de pagamento, entre outras funções. Ela afirma, em entrevista à revista, que Youssef se ocupava de fortunas vindas de paraísos fiscais e da sua distribuição aos integrantes da lista de beneficiários.
Segundo a ex-contadora, encabeçavam a lista cinco parlamentares, que recebiam pagamentos em dinheiro vivo diretamente do doleiro ou por depósitos bancários que ela mesma fazia.
Conforme a revista, dois dos integrantes da lista de Youssef respondem a processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados: André Vargas (ex-PT) e Luiz Argôlo (ex-PP). Meire afirma ainda que o doleiro teria depositado R$ 50 mil na conta do senador Fernando Collor e que Cândido Vaccarezza (PT-SP) teria contado com a ajuda de Youssef para quitar dívidas de campanha.
Ainda de acordo com a entrevista, um dos “botes” mais ousados do doleiro teria como alvo as prefeituras do PT, e que ele pagaria propina de 10% a cada prefeito que topasse investir em um fundo de investimento criado por ele. Conforme o jornal “O Estado de S. Paulo” noticiou, no depoimento à PF ela citou Paranaguá (PR), Cuiabá (MT), Petrolina (PE), Hortolândia (SP), Holambra (PR) e Tocantins.
A contadora disse também que André Vargas estaria empenhado em conseguir que dois fundos de pensão, o Postalis, dos Correios, e a Funcef, da Caixa Econômica Federal, colocassem R$ 50 milhões em um dos projetos de Youssef, que teria tratado do tema até com o presidente do Senado, Renan Calheiros.
Segundo ela, seu ex-chefe tirava a maior parte de seus lucros do PP, principalmente envolvendo transações da Petrobras. As empreiteiras que prestavam serviços à estatal protagonizavam os negócios. “Uma parte dos recursos que chegavam da OAS era para o caixa dois político”, disse na reportagem. Ela contou que o doleiro foi à sede da empresa para entregar uma mala: “Eu tomei um susto, nunca tinha visto tanto dinheiro junto”.
Ainda de acordo com Meire, a Camargo Corrêa estaria envolvida com a atividade do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Também citou a Mendes Júnior, que teria pago R$ 2,6 milhões à GFD Investimentos, empresa de fachada de Youssef, a título de “consultoria sobre a viabilidade de plataformas de petróleo”. “A GDF só tinha que fornecer os contratos”, afirmou na reportagem.
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