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Entidades de turismo lamentam o pedido do MP para suspender obra na orla de Matinhos

Feturismo estuda medidas judiciais contra a ação do órgão que pode comprometer a perspectiva de uma temporada história para o litoral

A Federação das Empresas de Hospedagem Gastronomia, Entretenimento e Lazer do Paraná (Feturismo) e a Confederação Nacional de Turismo (CNTur) lamentam o pedido do Ministério Público (MPPR) para suspensão das obras que estão sendo executadas na orla de Matinhos, no Litoral do Estado.

A luta por melhorias na infraestrutura turística na região foi encampada em janeiro de 2019, dando vazão a um pleito histórico dos moradores do local, sem falar na renovação econômica da área com estimulo ao setor do turismo e gastronômico, já tão combalido em razão da pandemia.

Segundo as entidades, “é inegável que as obras gerarão mais riqueza para a região e sua paralização não encontra justificativa, considerando que os argumentos de preservação ambiental são fracos em razão da área atingida estar em centro populacional antigo”.

Medida judicial

A Feturismo e CNTur informaram ainda que buscarão intervir como terceiros interessados no referido processo e que diante da inexistência de evidências concretas de prejuízo ao meio-ambiente, tem confiança que a justiça se sensibilizará com estas questões e julgará improcedente o pedido ministerial.

A intervenção de terceiros é caracterizada pelo ingresso de um sujeito, que originalmente não fazia parte da relação processual, na lide que já estava em andamento. Tem previsão legal no Título III, Livro III, da Parte Geral do Novo CPC, nos artigos 119 a 138.

“O governador Ratinho Junior lançou, no último sábado (25), o início da etapa de dragagem das obras de recuperação praia de Matinhos. A engorda (ampliação) da faixa de areia é fundamental para garantir uma temporada histórica que se anuncia no nosso litoral”, disse Fábio Aguayo, diretor da Feturismo e da CNTur. “É uma iniciativa há muito aguardada pelas comunidades dos sete municípios”, ressaltou.

Mobilização

Aguayo lembra que, em janeiro de 2019, a Feturismo atendeu comunidades e lideranças políticas e sociais do litoral, pedindo a extinção do Conselho de Desenvolvimento Territorial do Litoral, o Colit, que atuava para travar os pleitos por melhor infraestrutura da região.

Após o encaminhamento, a organização acabou desmobilizada, motivando um agradecimento público ao governador Ratinho Junior pela visão empreendedora e anúncio de grandes obras para melhorar o turismo do litoral.

No mesmo ano, a Feturismo de juntou a outras instituições representativas e lançou uma campanha em favor do desenvolvimento, elencando uma série de obras que deveriam ser encaminhadas nos próximos anos. “Uma delas era a engorda da praia de Matinhos, que finalmente começou a sair do papel, mas que pode ser suspensa novamente por uma decisão do MPPR”, afirmou Aguayo.

Polêmica anunciada

Em maio deste ano, a Feturismo, entidade filiada a CNTur, saiu novamente em defesa de Ratinho Junior que, ao lado do deputado estadual Anibelli Neto, teceu críticas ao MPPR. Na gravação, que vazou para a internet, o governador alertava lideranças do litoral sobre as ações do órgão na tentativa de impedir novamente a melhoria.

O pedido do MP, encaminhado pela promotora Dalva Marin Medeiros, está embasado em supostos “danos ambientais” com a obra iniciada em março. “A Feturismo e diversas entidades vem cobrando agilidade nas obras, que são literalmente travadas pelo MP e ongs de meio ambiente”, concluiu Aguayo.

Obra de dragagem lançada por Ratinho Junior deve ser concluída até novembro, quando começa a temporada de verão no litoral

Foto: Jonathan Campos/AEN