A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) divulgou nesta quarta-feira (6) um comunicado em que anuncia formalmente apoio ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, cujo processo de impedimento terá andamento na Comissão Especial na Câmara, com o relatório favorável do deputado Jovair Arantes (PTB-GO). Segundo a CNA, que é presidida pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu (licenciada da função), o governo está desconectado da realidade e a petista, “sem autoridade” para comandar o país (AQUI a íntegra do texto).
“O governo da presidente Dilma Rousseff dá seguidas mostras de não reconhecer nem compreender a verdadeira natureza dos problemas que afligem o País, nem revela disposição de enfrentá-los. Diante de tudo isso fica cada vez mais claro que a presidente da República não tem mais a autoridade política para liderar o processo de reformas nem a capacidade de voltar a unir os brasileiros”, diz a entidade. As informações são do Congresso em Foco.
Na verdade, o próprio texto explicita que a decisão da CNA é uma reação às recentes manifestações de movimentos sociais no sentido de invadir propriedades rurais – formada por grandes pecuaristas e latifundiários, a Confederação mobiliza mais de 70 deputados no Congresso, o que preocupa o governo na hora da votação do impeachment em plenário.
“Como resposta à crise política, o governo federal mobiliza para sua defesa apenas organizações radicais e minoritárias da sociedade, aprofundando divisões e separando as pessoas. Em recente ato político realizado no Palácio do Planalto, diante da presidente da República, um dirigente da Contag [Confederação Nacional dos Trabalhadores da Agricultura] defendeu abertamente a invasão de propriedades rurais, incitando a violência como recurso de pressão política”, diz outro trecho do texto.
Além da questão da Câmara, outro impasse é a situação da ministra Kátia Abreu, que se diz contra o impeachment de Dilma. Senadora eleita pelo PMDB e amiga da presidente, Kátia resiste a deixar o governo mesmo sob o risco de ser expulsa do partido, que rompeu com Dilma na última semana e exigiu de seus membros a entrega de todos os cargos. São seis ministérios importantes – além da pasta da Agricultura, a de Minas e Energia e a da Saúde – e centenas de cargos de segundo e terceiro escalões em órgãos e autarquias federais.
Confira o comunicado da CNA:
“O Brasil está vivendo uma gravíssima crise econômica originada por reiterados erros de política econômica e pelo colapso fiscal promovido pela ação do atual governo.
A única saída para a recuperação do equilíbrio fiscal e para a retomada do crescimento econômico é a aprovação pelo Congresso Nacional de reformas que requerem a formação de amplas maiorias legislativas e grande consenso político.
Como resposta à crise política, o governo federal mobiliza para sua defesa apenas organizações radicais e minoritárias da sociedade, aprofundando divisões e separando as pessoas. Em recente ato político realizado no Palácio do Planalto, diante da presidente da República, um dirigente da Contag defendeu abertamente a invasão de propriedades rurais, incitando a violência como recurso de pressão política.
Posteriormente o próprio ministro da Justiça, a quem caberia o resguardo dos direitos fundamentais e da ordem pública, aprovou expressamente as palavras do dirigente sindical, considerando-as uma reação legítima.
O governo da presidente Dilma Rousseff dá seguidas mostras de não reconhecer nem compreender a verdadeira natureza dos problemas que afligem o País, nem revela disposição de enfrentá-los. Diante de tudo isto fica cada vez mais claro que a presidente da República não tem mais a autoridade política para liderar o processo de reformas nem a capacidade de voltar a unir os brasileiros.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), diante da manifestação dos representantes dos produtores rurais em todo o País e em consonância com a sociedade brasileira, decide apoiar o movimento em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, conforme prevê a Constituição Federal e o Estado Democrático de Direito.
Brasília, 6 de abril de 2016
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)”
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