Via Agência Estado:
A Sociedade Evangélica Beneficente (SEB) de Curitiba confirmou hoje que a organização civil de direito privado Instituto Brasileiro de Organização do Trabalho Intelectual e Tecnológico (IBT), presidida pelo empresário Fábio de Mello, um dos presos na Operação Voucher, deflagrada pela Polícia Federal, foi uma das contratadas para “produção e execução” dos conteúdos dos cursos de qualificação em turismo oferecidos pela entidade. “É uma entre várias empresas contratadas”, afirmou a assessoria de imprensa da SEB.
O trabalho realizado pela SEB é investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que suspeita de fraudes em cotação de preços e simulação de concorrência que teria resultado na contratação do IBT. Uma das suspeitas é de que o IBT foi contratado porque seu presidente teria assessorado a direção da SEB na formulação do programa. No entanto, esse prévio conhecimento entre a direção e o empresário foi negado pela assessoria. “Na consulta de preços a dele apresentou o menor”, alegou a assessoria.
Para viabilizar os programas de qualificação nos segmentos de turismo e o de inventário turístico do Paraná, a SEB foi beneficiada com duas emendas apresentadas pelo deputado federal André Zacharow (PMDB-PR). O parlamentar presidiu a entidade entre os anos de 1998 e 2008. O programa de qualificação tem valor de R$ 4 milhões, dos quais foram liberados R$ 3,1 milhões, segundo o Portal da Transparência da União. Já o programa de inventário turístico tem previsão de R$ 3,5 milhões, com liberação de R$ 1.950.000 até agora.
Em nota, a SEB, entidade sem fins lucrativos que mantém o Hospital Evangélico de Curitiba e a Faculdade Evangélica do Paraná, garantiu que os convênios firmados com o Ministério do Turismo “cumprem todos os ritos legais vigentes e os recursos aplicados em suas finalidades específicas dentro de critérios técnicos e éticos”. O deputado André Zacharow disse, em nota, que indicou a SEB para receber os recursos, pois “há mais de 60 anos é reconhecida nacionalmente, com destacada atuação no ensino médio, superior e de pós-graduação, além de inúmeros cursos de capacitação e qualificação”. Segundo ele, os convênios “vêm sendo realizados normalmente, desconhecendo a existência de irregularidades na sua execução”.
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