Com a capacidade de internação no limite, a prefeitura de Curitiba decidiu adotar a bandeira vermelha até pelo menos o dia 9 de junho. É a segunda vez que a capital adota o nível máximo de alerta para combater a alta dos casos de Covid19. Mas isso não parece afetar os municípios da Região Metropolitana de Curitiba, que mesmo com estrutura de saúde infinitamente menor, seguem com medidas menos restritivas, permitindo a abertura de bares com aglomeração e música ao vivo.
É o caso de Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais. No Instagram de bares das referidas cidades foram registrados neste fim de semana (29 e 30 de junho), vídeos e fotos de ambientes fechados e com muita aglomeração. Num dos casos, em um dos maiores bares de Fazenda, até música ao vivo está na programação. Vida normal em meio à lotação de hospitais e aumento de casos e mortes.
No final, quem paga as contas da irresponsabilidade de prefeitos, donos de bares lotados e dos frequentadores sem noção acaba sendo toda a população, incluindo outros comerciantes, que vem a pandemia se prorrogar indefinidamente. Além é claro do sistema de saúde da capital, que recebe a maior parte dos internados da região.
De acordo com o Portal da Secretaria de Saúde do Paraná, o único hospital em São José dos Pinhais que recebe pacientes com Covid19 tem 100% os seus 10 leitos ocupados. Fazenda Rio Grande não conta com hospitais de porte. No geral, a taxa de ocupação na regional de saúde é de 79%, com boa parte dos hospitais localizados em Curitiba e mantidos com recursos da prefeitura da capital.
O vereador Alexandre Leprevost (PSD), criticou a situação:
“É claro que [a lotação de hospitais da região metropolitana e do litoral] impacta em Curitiba. Já vínhamos discutindo com a Sesa, temos conversado quase diariamente com o secretário estadual Beto Preto e estamos muito preocupados com a situação”, disse Huçulak, em reunião no fim do ano, quando a segunda onda estava prestes a acontecer.