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Empresas pressionam prefeituras para assumir redes de energia elétrica, denuncia João Arruda

Denúncia será levada ao Ministério Público. Grupos empresariais estão interessados em assinar contratos para terceirizar os serviços nos municípios

Empresas privadas estão pressionando as prefeituras do Paraná para assumirem a administração das redes de energia elétrica, atualmente sob os cuidados da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel). Por trás da manobra, o interesse das empresas em terceirizar os serviços de manutenção do sistema de iluminação pública e substituição de cabos, postes e acessórios.

A denúncia é do deputado federal João Arruda (PMDB-PR), ao participar na manhã desta terça-feira (31), da reunião da Associação dos Municípios do Paraná (AMP), com prefeitos e coordenadores das associações microrregionais. “Fui procurado por vários prefeitos do interior, que denunciaram estas empresas supostamente ligadas a grupos políticos”, informou.

João Arruda participou do encontro a convite do presidente da AMP, Gabriel Samaha, o Gabão.

O deputado pediu apoio da entidade para intervir, junto ao Governo do Estado e à Copel, no sentido de acatar a orientação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em adiar para 1º de julho de 2013, a transferência aos municípios da administração das redes de distribuição de energia elétrica.

Na última semana, o deputado denunciou a energética paranaense por desobediência ao novo prazo estipulado pela Aneel. A Copel está notificando os prefeitos para assumirem a despesa, com base na resolução 414/2010. A normativa, prevista para entrar em vigor em outubro de 2011, vai aumentar em mais de 30% as despesas das prefeituras.

Em relação à nova denúncia, João Arruda informou que buscará mais subsídios para comunicar o caso ao Ministério Público. O deputado já notificou a Aneel e o Ministério das Minas e Energia, sobre o procedimento da Copel. Ele também cobrou explicações do presidente da Copel, Lindolfo Zimmer, mas até o momento não teve resposta.

Durante o encontro na AMP, em Curitiba, o presidente Gabão assumiu um compromisso com os prefeitos para realizar uma agenda com a Copel e o Governo do Estado, para adiar a transferência da administração das redes de energia elétrica aos municípios. “Vamos buscar, nos próximos dias, o diálogo até que se tome uma decisão definitiva sobre este assunto”, disse Gabão.

“A Copel é pública e tem que servir ao povo. Ser parceira dos municípios é também uma forma de servir ao povo”, destacou João Arruda. O deputado lembrou que nos últimos anos a companhia tem garantido grandes margens de lucros. “Em 2010 o superávit foi superior a R$ 1 bilhão. Acredito que este montante em 2011, foi maior ainda, uma vez que houve reajuste da tarifa”, informou.

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Prefeitura precisa triplicar arrecadação com
iluminação pública para administrar as redes

O presidente da Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop), Eliezer Fontana, deu um exemplo claro do drama das prefeituras quando assumirem a administração das redes de distribuição de energia elétrica. “Para isso, será necessário aumentar três vezes a arrecadação com a taxa de iluminação pública”, disse ele, que é prefeito de Corbélia.

Segundo Fontana, a prefeitura arrecada aproximadamente R$ 450 mil/ano com a taxa de iluminação, recurso utilizado para manutenção do sistema. Para assumir a administração das redes, serão necessários R$ 2 milhões anuais. “Para isso, só tirando recursos de outros setores”, afirmou.

O presidente da Amop destacou que é necessário um grande esforço das prefeituras para convencer a Aneel a manter tudo do jeito que está. “Não temos hoje receita para administrar as redes”, completou Fontana.