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Empresas de ônibus criticam subsídio do governo para aviação regional

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O plano do governo federal de subsidiar passagens aéreas para impulsionar a aviação regional no país é criticado por executivos das empresas de ônibus.

De acordo com reportagem de Leandro Martins, na Folha de S.Paulo, o setor de transporte rodoviário diz que o governo age com desigualdade e que, se o subsídio deixar o preço das passagens aéreas perto do cobrado no transporte rodoviário, como afirmou a presidente Dilma Rousseff (PT) na semana passada, haverá risco de demissões.

“Ninguém vai pegar ônibus para andar três horas se puder pegar avião e voar por 40 minutos”, afirma José Luís Teixeira, diretor-executivo da Viação Garcia, quarto maior grupo do setor no país.

Para Paulo Porto Lima, diretor da Abrati, associação nacional que reúne 130 empresas de ônibus, o plano de subsídios do governo é “preocupante” e “desanimador”.

“Somos um país carente de tudo, até que ponto justifica um subsídio agora para o setor aéreo?”, questiona Lima, que também dirige o grupo Guanabara, que reúne seis empresas rodoviárias.

O plano de subsídios ao setor aéreo vem sendo preparado pelo governo federal desde o fim do ano passado, quando foi anunciado um pacote para a aviação regional.

TEMA DE DILMA

Nos últimos dias, o assunto virou tema frequente nas declarações públicas feitas pela presidente Dilma.

Na semana passada, primeiro ela falou sobre o tema em Campo Grande (MS). “Vamos subsidiar assentos dos aviões para que se tornem competitivos. Nós pagamos a diferença entre a passagem de ônibus e o preço médio da passagem de aviação.”

Promessa semelhante foi feita depois, durante visita a Uberaba (interior de Minas).

De acordo com o projeto que foi colocado em consulta pública pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência, o governo planeja subsidiar passagens em voos regionais em até 50% dos assentos existentes em cada aeronave –com limite de 60 por voo.

PREÇOS EQUIPARADOS

O consultor técnico da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Adalberto Febeliano, afirma que, ao contrário do que dizem os representantes do setor rodoviário, não se trata de favorecimento à aviação.

Ele diz que o projeto leva em conta locais onde há baixa densidade de tráfego, nas quais, se não houver apoio do governo, jamais haverá transporte aéreo devido ao custo alto de operação, o que eleva o valor das passagens.

“Do contrário, cidades pequenas e médias vão ficar para sempre sem serviço aéreo”, afirma. “A acessibilidade aérea garante um raio de ação muito maior do que a acessibilidade terrestre”, diz ele.