Depois dos hospitais cobrarem os repasses atrasados, agora é a vez das empresas de ônibus de Curitiba avisarem nesta terça-feira (4) que a prefeitura deve mais de R$ 4 milhões desde 14 de outubro. O mesmo problema foi registrado em agosto e setembro. O prefeito Gustavo Fruet (PDT) não nega o atraso e alega que isso não compromete a operação do transporte público. Por meio de nota oficial, a prefeitura afirmou que as empresas recebem diariamente, em dinheiro, o valor das tarifas pagas pelos usuários – o que corresponde a 44% do total de passagens. Os outros 56%, referentes às passagens pagas com cartão-transporte, são repassados em 48 horas. “É importante ressaltar que os atrasos são comprometem a operação do transporte, uma vez que valores envolvidos nesses atrasos são inferiores ao lucro das empresas”, diz trecho da nota.
O sindicato das empresas contesta os argumentos e diz que o atraso reflete na operacionalidade do sistema de transporte público. “As empresas de ônibus de Curitiba e Região Metropolitana informam que não operam com lucro há anos, conforme demonstram periodicamente em seus balanços. Portanto, o prejuízo das empresas é potencializado com o atraso nos repasses, comprometendo, sim, a operação do sistema”, rebateram as operadoras. As empresas destacam que o atraso no mês de novembro é mais preocupante em virtude do pagamento do 13º salário aos funcionários.
Na segunda-feira (3), os hospitais Cajuru, Santa Casa, Pequeno Príncipe e Erasto Gaertner se queixaram do atraso no repasse de quase R$ 44 milhões, que devia ter sido feito no dia 16 de outubro pela prefeitura. A verba é carimbada, um recurso do SUS, intermediado pela prefeitura. Conforme os hospitais, o atraso implica, por exemplo, desabastecimento de itens básicos para a assistência dos pacientes e, consequentemente, reflete no atendimento a população.
A Secretaria Municipal de Saúde afirma que tem feito um esforço para honrar os compromissos e que nesta terça-feira (4) pagará R$ 3 milhões. O restante, de acordo com a secretaria, será pago até a próxima semana. Para justificar, o poder público citou ainda o repasse de R$ 634 milhões para a rede hospitalar especializada e demais prestadores do SUS em Curitiba. Disse também que há dívidas hospitalares antigas e que, desde janeiro, já foram feitos pagamentos de R$ 113 milhões para quitar estes débitos.
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