Com o aquecimento do mercado de dispositivos móveis como tablets e smartphones, o usuário de internet não se contenta mais em se conectar apenas em locais fixos como a residência ou no seu local de trabalho.
Cada vez mais, a pessoa quer acessar a web de onde estiver, a qualquer momento. Esta prática, já percebida por operadoras de telefonia, que lançam vertiginosamente pacotes e planos, assim como pelos governos municipais, que, sem perder tempo, disponibilizam sinal em espaços públicos, torna-se, também, constante no meio empresarial.
Tanto que shoppings centers, lojas, bares, restaurantes, casas noturnas e até auto centers (oficinas automotivas), estão apostando no negócio, como sendo um “plus” na boa relação que deve manter com quem garante o seu funcionamento. Ou seja, o cliente.
Gláucio Gonzaga é proprietário do Bossa Nova Bar, uma mistura de bar com balada, que toca música brasileira, inaugurado em 2008. Ele conta que oferece o sinal aberto de wi-fi na casa desde 2011. “Temos dois pontos de acesso que cobrem toda a área do estabelecimento.”
Embora aponte como ponto negativo a utilização não autorizada do sinal pelos vizinhos, o empresário justifica a comodidade oferecida aos clientes com o trabalho intensificado nas mídias sociais. “Nossos clientes podem fazer chek-in nas redes sociais e avisar outros amigos que estão presentes na casa, assim como postar comentários sobre as bandas e o atendimento.”
O resultado já aparece e é altamente positivo. A economista Adriana Basniak, que frequenta o estabelecimento desde 2010, ficou sabendo da rede aberta disponível pela notificação em seu smartphone e aprova a iniciativa.
“É uma ideia bacana, principalmente para o bar, devido a publicidade que o estabelecimento recebe através das redes sociais. Isso garante um bom relacionamento com o cliente, que quando satisfeito compartilha informações a respeito da casa com seus amigos.”
A atenção com o serviço de internet gratuita não se limita a bares e casas noturnas. De acordo com mapeamento do site colaborativo mapawifi.com.br, a maioria dos shoppings centers de Curitiba oferece sinal wi-fi aberto. O Park Shopping Barigui é um deles.
A gerente de marketing do shopping, Silvia Pires Omairy, conta que desde novembro de 2011 os clientes podem utilizar o serviço, que hoje entrega uma velocidade de 10 megabytes por segundo (Mbps) e é mais uma forma de prestar um bom atendimento ao cliente. “Hoje a internet tornou-se uma necessidade e pode ser vista como mais um meio de comunicação, assim como a televisão e o rádio. Não tem mais como estarmos em algum lugar sem estarmos conectados.
É natural que seja um serviço gratuito, é básico e o mínimo que podemos fazer pelo bem estar dos clientes é disponibilizá-la, pois também faz com que as pessoas se encontrem no shopping.”
Conforme a gerente, há uma média de cerca de 10 mil acessos por mês à web, pelo sinal gratuito do Shopping Barigui. Os visitantes, informa Silvia, precisam realizar um cadastro simples e rápido uma única vez e podem se conectar, com um login e senha, por 60 minutos.
Após esse período a conexão é automaticamente interrompida, mas é possível uma nova conexão. “Para evitar que a rede fique sobrecarregada por usuários que se conectam, utilizam a internet e permaneçam conectados, mesmo sem continuar utilizando, a conexão dura 60 minutos. Contudo, se o usuário precisar, pode se conectar novamente”, completa.
Nilson Castro é prova de que é importante proporcionar comodidade aos clientes de todos os setores. Gerente da Carros Auto Center, uma oficina de customização e assessórios automotivos, ele oferece, além do cafezinho, o sinal de wi-fi semiaberto (a empresa fornece a senha ao usuário) para os visitantes e clientes que aguardam a conclusão dos trabalhos nos veículos.
“Além de oferecer um diferencial, esse serviço não deixa de agregar e ser um atrativo a mais. É um entretenimento para o cliente, que acabaria ficando sem ter o que fazer ou nem permaneceria na loja.Mantendo o cliente no estabelecimento, muitas vezes ele acaba se interessando por mais produtos”, explica.
Na opinião de José Marinho, diretor da RCD – Sistemas de Comunicação, empresa que fomenta o portal Rede Cidade Digital, esta visão empresarial significa total sintonia com o mundo atual.
“O empresário que aposta neste negócio é um empresário de visão, que entende o andar da carruagem e pra onde o vento sopra. Sabe, por isso, que quanto mais valor agregar ao seu produto, significa melhor atender ao cliente. E não há nada mais imprescindível, diante de tanta concorrência, do que servir bem, ser honesto e cativar o consumidor”. Afinal, segundo Marinho, “as opções são muitas e a pessoa sempre procura e retorna onde é melhor acolhida”.
Estatísticas – Segundo dados do e-Marketer, em 2006, apenas 11% da população brasileira teve acesso à internet. O acesso por dispositivos móveis era insignificante. De lá para cá muita coisa mudou. A comScore Device Essentials revela que em 2012 quase 6% das visualizações de páginas na web foram provenientes desses dispositivos.
É o maior número da história. Esse número só tende a aumentar com o advento da tecnologia 4g no Brasil, já em fase de implantação, e a crescente venda de tablets e smartphones no mundo todo. A empresa sueca Ericsson divulga dados sobre a utilização mundial e faz projeções para o futuro. “O número de usuários com smartphone era de 1,1 bilhão no fim de 2012 e calculamos que alcançará 3,3 bilhões até o fim de 2018.”
por Anderson Luís Nicoforenko, via portal Rede Cidade Digital
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