O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, gostava de presentear os petistas no poder e uma das preferidas dos mimos de Pinheiro era a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que ocupou a chefia da Casa Civil entre 2011 e 2014. A reportagem é do jornal O Globo desta segunda-feira, 18.
Em 5 de setembro de 2012, Marcos Ramalho, secretário de Léo Pinheiro, lhe mandou uma mensagem, lembrando que no dia seguinte seria aniversário de Gleisi. “Dr. Zardi sugeriu que envie um Lenço da Hermés. tudo bem para o sr?”, pergunta Ramalho, fazendo referência ao então diretor de Relações Institucionais da OAS, Roberto Zardi Ferreira.
No ano seguinte, não é possível saber qual foi o presente dado. Mas fica claro que a data não passou em branco. Em 18 de setembro de 2013, Ramalho escreveu: “Dr. Leo, a ministra Gleisi Hoffman enviou para o Senhor e D. Mariangela (mulher de Pinheiro) um cartão de agradecimento pelo (sic) lembrança do aniversario (sic) dela. Vou scanear (sic) e enviar para o Senhor”.
Em 2014, em 6 de setembro, novo presente para Gleisi. Mensagem de um número de celular sem identificação diz: “Sen. Gleisi Hoffmann foi entregue no final da tarde de ontem pelo Barreto em sua res. em Brasília”.
A legislação não proíbe que políticos recebam presentes, mas o código de conduta dos servidores públicos veda que integrantes do Executivo recebam mimos superiores a R$ 100.
Ontem, O Globo publicou trechos de um relatório da Polícia Federal que aponta que Gleisi pode ter agido para atender os interesses da OAS nas licitações das concessões dos aeroportos brasileiros. “Sequência de e-mails indica que Gleisi Hoffmann teria atendido interesses da OAS naquilo que (diz) respeito a exploração de aeroportos”, diz a PF.
A OAS foi uma das principais financiadoras de Gleisi na política. A empreiteira repassou R$ 1,23 milhão para Gleisi em três campanhas: R$ 780 mil em 2010 (quando Gleisi disputou o Senado), R$ 250 mil em 2008 (na campanha da petista à prefeitura de Curitiba) e R$ 100 mil em 2006 (na disputa ao Senado).
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