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Emprego como forma de enfrentar a pobreza

Ogier Buchi

Entre tantos desafios a serem enfrentados pelos próximos governantes está a geração de empregos. E empregos que ofereçam condições dignas ao trabalhador.

Os índices são preocupantes. Segundo o IBGE, 12,4% da população está desocupada, ou seja, 13 milhões de brasileiros procuram emprego e não encontram. No total, 65,642 milhões de pessoas estão fora da força de trabalho. Entre os que trabalham 32,8 milhões têm carteira assinada e 11 milhões trabalham sem registro em carteira.

Outra preocupação é a pobreza, que atinge também pessoas que estão no mercado de trabalho. Estar no mercado de trabalho, infelizmente, não é garantia suficiente de uma vida decente para o trabalhador e sua família. Além de gerarmos empregos também temos nos preocupar em melhorar os salários e as condições de trabalho.

Em 2017, a pobreza alcançou 26% da população brasileira. Entre os trabalhadores, esse percentual chegou a 16%, ou seja, pessoas cujo rendimento no trabalho não é suficiente para ultrapassar a linha de pobreza. E esse indicador é ainda maior quando se trata de jovens trabalhadores ou de trabalhadores de cor preta ou parda.

Para combater isso temos que criar mais e melhores empregos e dar atenção as novas formas de relações de trabalho, que fogem ao contrato tradicional.

Para se ter ideia, hoje quase 1,8 milhão de pessoas fazem cursos técnicos ou profissionalizantes como maneira de buscar a qualificação exigida pelo mercado de trabalho. O empreendedorismo também ganha força: são 12 milhões de micro ou pequenas empresas, que no primeiro semestre de 2018 já contrataram 350 mil pessoas.

As tarefas dos novos governantes são aumentar a oferta de empregos com políticas de incentivo ao desenvolvimento, formalização dos vínculos e o aumento real do salário mínimo, somadas a um aperfeiçoamento dos programas federal e estadual de transferência de renda.

Também temos de ter políticas específicas para combater o desemprego de jovens e de mulheres responsáveis pelos seus domicílios; melhorar a estabilidade no emprego de forma a romper o ciclo de trabalhadores que oscilam entre os baixos salários e o desemprego e investir fortemente na capacitação das pessoas para que possam ingressar no mercado de trabalho.

O papel fundamental dos governos é criar as condições para que a sociedade se desenvolva economicamente, seja com políticas votadas à iniciativa privada, sobretudo os pequenos e microempresários, sem esquecer do papel regulador das relações, entre elas a do trabalho.

Ogier Buchi, advogado e jornalista, é candidato a governador do Paraná pelo PSL