EM SEIS HORAS, COLETIVO RECOLHE 10 MIL ASSINATURAS CONTRA AUMENTO DO ÔNIBUS
Em menos de seis horas nesta quarta-feira (21) na Praça Rui Barbosa, o Coletivo de Entidades dos Movimentos Sociais e de Partidos Políticos recolherem mais de 10 mil assinaturas que serão anexadas às denúncias apresentadas ao Ministério Público Estadual (MPE) contra o aumento da tarifa do transporte coletivo de Curitiba.
“Já cumprimos com o nosso objetivo. Vamos retornar a Praça Rui Barbosa na próxima sexta-feira (23) no mesmo horário (das 11h às 15h) para reforçar em mais 10 mil assinaturas e apresentar a maior reclamação coletiva já apresentada ao MPE”, disse Doático Santos, presidente do PMDB. O abaixo-assinado será entregue ainda na sexta-feira, às 15h, ao procurador-geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto.
PROTESTO – O coletivo instalou três mesas e filas se formaram para assinar o abaixo-assinado. “A gente depende do ônibus para trabalhar e para fazer quase tudo e vem o prefeito sobe a passagem e o salário continua a mesma porcaria. Não dá para entender”, disse a balconista Márcia de Oliveira, 42, moradora do Sítio Cercado.
Mãe de cinco filhos, a balconista que trabalha num açougue no Bigorrilho veio ao centro atrás de uma consulta de ortopedista para seu marido. “Procurei o posto de saúde e marcaram uma consulta para daqui oito meses. Até parece brincadeira”, disse.
O aposentado João Maria Veiga, 67 anos, assinou o manifesto porque a filha depende o transporte coletivo e “ganha muito pouco”. “Não dá para aumentar o preço da tarifa sem aumentar o salário. Mesmo agora em época de crise, com as empresas reduzindo os postos de trabalho, enxugando tudo, horas extras, custos”, disse.
ABSURDO – Isabela Ribeiro, estudante e trabalhadora, moradora da Fazendinha, disse que usa três passagens por dia, o que vai significar R$ 145,00 mensais. “Pego o ônibus em casa e vou trabalho. Do trabalho pego um ônibus até a escola e da escola, pego outro ônibus para voltar para casa. O transporte coletivo já é 30% do meu rendimento. Isso é um absurdo”, disse.
A diarista Jurema Ribeiro dos Santos, 30 anos, moradora do Pinheirinho, também usa, em média três passagens por dia. “Os R$ 1,90 já era caro. Esse novo aumento nem se fala. Eu uso o ônibus para ir ao trabalho e para estudar no Cebja porque faço o supletivo. Não posso concordar com um aumento desses e por isso que espero que o prefeito se sensibilize e manda voltar a tarifa anterior”.
A estudante Dieny Crestani, 20 anos, cursa Geografia na Universidade Federal do Paraná, disse que o aumento pesa ao orçamento dos estudantes. “R$ 4,40 diários é muito. Eu moro no centro, pago aluguel, tem ainda a alimentação e outros custos e tenho que me deslocar diaramente ao centro politécnico da federal. Curitiba passou a ter a passagem de ônibus mais cara do país”, protestou.
AUDIÊNCIAS – O vereador Jonny Stica (PT) acompanhou o recolhimento das assinaturas e disse que a pressão popular respaldará as denúncias apresentadas ao MPE. “É impressionante a adesão que estamos tendo contra o aumento da tarifa de ônibus. Tenho certeza que essas assinaturas – devemos chegar a 20 mil até sexta-feira – vai sensibilizar o MPE e respaldar as denúncias e até ação popular do Partido Verde”, disse.
Stica disse que os vereadores da Oposição – as bancadas do PT (Jonny Stica, Pedro Paulo e Professora Josete) e do PMDB (Algaci Túlio e Noêmia Rocha) – vão debater o aumento no retorno do legislativo municipal em fevereiro. “Vamos fazer audiências públicas e a mobilização e pressão popular são muito importantes para reverter esse aumento”, disse Stica.
O PT espera contar com o apoio da bancada do PV (Luciano Aladim, Professor Galdino e Roberto Aciolli) já que a direção dos verdes apóia o coletivo de partido e entidades e ingressou com uma ação popular contra o aumento do transporte coletivo.
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