Elson Marques, n’A Gazeta do Iguaçu
Em assembleia geral realizada na quarta-feira (3) à noite, os servidores públicos municipais acataram a proposta de reposição parcelada das perdas salariais. Eles referendaram o acordo firmado à tarde entre a prefeitura, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sismufi) e o Sindicato dos Professores Públicos Municipais (Sinpref). O compromisso é pagar 2% em junho, 1,67% em novembro e 4,67% em dezembro.
O acordo cobre os 8,34% referentes às perdas dos últimos 12 meses apuradas pelo INPC (Índice de Preços ao Consumidor). O acordo foi assinado pelo prefeito Reni Pereira (PSB), pelo presidente do Sismufi, Aldevir Hanke, e pela presidente do Sindicato dos Professores Municipais, Maria Aparecida Ricce. A reunião que definiu o acordo contou com a participação de representantes dos sindicatos, secretários municipais e vereadores.
O impacto sobre a folha de pagamento seria de R$ 480 mil a partir de junho e de R$ 5,7 milhões até dezembro.
Entretanto, a prefeitura ainda não tem esse dinheiro em caixa. O prefeito Reni Pereira afirmou que a administração vai agir em duas frentes. “Uma delas será aumentar a arrecadação e a outra é cortar despesas, algumas delas de caráter pessoal. Deveremos cortar determinadas gratificações e horas extras e extinguir algumas secretarias”, anunciou.
De acordo com Reni, o período é de crise, em que a arrecadação está caindo no Brasil inteiro e em Foz do Iguaçu não é diferente. “Nesse momento, o município não tem condições de conceder todo o índice de reposição de uma só vez. Também não podemos achatar o salário dos servidores, podendo acarretar greve e prejuízos à população. Por isso agradecemos a compreensão dos sindicatos e resolvemos celebrar esse acordo. Agora, vamos buscar os recursos necessários para cobrir a folha de pagamento”, apontou.
Poder aquisitivo
Aldevir Hanke explicou que é apenas a reposição das perdas. “Não podemos perder o poder aquisitivo do salário. Já temos historicamente uma perda grande que ficou para trás e agora é muito difícil recuperar”, observou. Para este ano, ele comentou que o esforço foi avançar para que a reposição fosse concedida dentro de 2015.
A professora Maria Aparecida Ricce afirmou que diante do impasse criado houve avanço na proposta que foi garantir a reposição ainda neste ano. “A proposta anterior deixava índices a ser aplicados no ano que vem e por isso foi rejeitada. Os servidores estavam com estado de greve mantido e poderiam votar pela paralisação a partir desta sexta-feira”, disse.
Ricce apontou que a reposição parcelada acarretará perdas ao longo do ano, pois a data-base é maio. “Ainda vamos nos reunir novamente para que isso seja recuperado, talvez em forma de abono”, informou.
O secretário municipal de Administração, Chico Noroeste, afirmou que a prefeitura e os sindicatos, em comum acordo, entenderam ser esta a melhor alternativa. “A reposição é um direito dos servidores e nos resta como administração esforçarmos para o cumprimento do acordo”, comentou Noroeste.
Reposição terá que ser aprovada pela Câmara
O projeto autorizando a concessão da reposição parcelada aos servidores será enviado à Câmara na próxima semana, conforme compromisso assumido pelo Executivo. O presidente da Câmara, Fernando Duso (PT), adiantou que o Legislativo dará prioridade na tramitação da matéria. “Inclusive vamos atender a uma reivindicação da categoria de mais de 20 anos, que é criar uma comissão reunida englobando todas as comissões permanentes em uma só, para dar agilidade. Ainda neste mês, com certeza, teremos esse assunto resolvido na Câmara”, garantiu Duso. Além do presidente, também participaram da reunião na prefeitura os vereadores Dilto Vitorassi (PV), Gessani da Silva (PP) e José Carlos (Pros) (Foto: Kiko Sierich)
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