A separação do lixo orgânico dos resíduos sólidos ajuda a preservar o meio ambiente e também a melhorar a vida de milhares pessoas em vulnerabilidade social, como acontece em Curitiba. A separação do lixo contribui para levantar recursos que são destinados aos projetos sociais mantidos pela Fundação de Ação Social.
“A separação do lixo já é uma tradição entre os curitibanos que também estão contribuindo, com essa atitude, para cuidar de milhares de pessoas mais humildes que precisam do nosso apoio e da nossa solidariedade”, afirma a presidente da FAS, Marry Ducci.
Parte do lixo coletado pelos caminhões do programa Lixo Que Não É Lixo é destinada à Unidade de Valorização de Recicláveis (UVR), usina que funciona no município vizinho de Campo Magro. Lá, os resíduos são separados e prensados para serem vendidos às empresas de reciclagem que fazem o reaproveitamento do material.
Os recursos obtidos com a venda dos recicláveis são usados para a compra de cobertores, fraldas, leite em pó e outros itens de primeira necessidade que são entregues às famílias em vulnerabilidade social. Parte dos recursos também é destinada a projetos sociais nas áreas de educação, esporte e assistência social.
Todos os anos, milhares de famílias vítimizadas por enchentes e alagamentos também são beneficiadas com materiais e alimentos adquiridos com estes recursos. Os materiais são repassados às vítimas em campanhas emergenciais que mobilizam toda a população.
Em 2011, mais de 6 mil toneladas de recicláveis foram produzidas na usina. As embalagens pets brancas representam 11% do total produzido ao longo do ano, seguida pelas aparas de papel (6,55%) e sucata ferrosa (2,23%).
Educação Ambiental
Da coleta seletiva de lixo da Prefeitura de Curitiba são retirados livros e peças que formam o acervo da biblioteca e do museu que também funciona na Unidade de Valorização de Recicláveis.
O local é visitado por cerca de 1.500 pessoas por mês. São técnicos, gestores, estudantes e outros visitantes que querem acompanhar parte do processo de separação do lixo e aproveitam para conhecer o acervo do museu.
Os materiais retirados do “lixo” servem de fonte para pesquisas escolares feitas por estudantes de escolas públicas e particulares que visitam a Unidade. Os visitantes também participam de atividades dentro do programa de educação ambiental. O espaço é utilizado para sensibilizar quanto à importância da reciclagem e da preservação dos recursos naturais.
Acervo – No museu os visitantes encontram curiosidades, como: escafandros, dentaduras, óculos, vestidos de noiva, rádios e móveis de valor histórico, entre outros. Há também raridades, como uma réplica de uma face em mármore de origem grega, que traz o selo de autenticidade do original que se encontra no Museu do Louvre, na França. “Esta é uma das peças que mais chama pela atenção dos visitantes, além de um mapa de Curitiba de 1857, diz a educadora Mariane Teresinha Zurski.
No local também são encontradas fotos antigas em preto e branco, peças em bronze e madeira, relógios, telefones, quadros, instrumentos bélicos e musicais, dinheiro e moedas antigas, capacetes militares oficiais, filmes super8 e outros objetos.
“Todo dia a gente encontra alguma novidade que passa a fazer parte do acervo do museu ou da biblioteca”, diz o funcionário Alcídio Gomes dos Santos, 55 anos, encarregado da produção.
A biblioteca conta com mais de 1.500 livros encontrados nas esteiras. Atende principalmente os filhos dos funcionários da usina que fazem no local as pesquisas escolares. “Este lugar se transformou em um centro de estudos e pesquisas para os estudantes de toda região, mas que tem atraído cada vez mais o interesse de visitantes estrangeiros”, afirma o coordenador administrativo da usina, Alfredo Holzmann.
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