Da Gazeta do Povo:
Morreu nesta segunda-feira (21) em Curitiba o advogado Luiz Felipe Haj Mussi, de 64 anos. Ele estava em casa, por volta das 20 horas, quando passou mal, com problemas cardíacos, e foi encaminhado ao hospital, mas não resistiu.
Haj Mussi era advogado, desembargador federal do Trabalho aposentado, membro do Instituto dos Advogados do Paraná e presidente do Conselho Nacional de Ética do PPS, partido ao qual estava filiado. Havia sido secretário da Segurança Pública do Paraná, na gestão do governador José Richa, durante os anos 80. Seu conhecimento sobre políticas de combate ao crime tornou-o um dos maiores conhecedores do assunto no Paraná. Rotineiramente, abordava esse e outros assuntos da política brasileira em artigos publicados nos mais variados meios de comunicação, inclusive na Gazeta do Povo. Em 2006, disputou a eleição ao Senado pelo PPS. Obteve 78.723 votos, ficando em terceiro no pleito, atrás de Alvaro Dias (PSDB, eleito) e Gleisi Hoffmann.
Ele deixa viúva Maria Amélia, os filhos Anna Eliza, Sílvia Amélia e Luiz Daniel e os netos Laura e Arthur. O corpo de Luiz Felipe Haj Mussi está sendo velado no Palácio das Araucárias e será enterrado nesta terça, às 17 horas, no Cemitério Parque Iguaçu.
MUSSI PRESENTE!
Conheci o Luiz Felipe Haj Mussi em 1.981, ainda quando estavamos em plena ditadura e compartilhavamos o mesmo ideal na luta de resistência democrática.
Com José Richa ganhando a eleição para o governo tivemos nele enquanto secretário de Estado um importante aliado do Movimento Social Comunitário, pois sempre viu a luta pelo direito a moradia e outros não como um caso de polícia e sim o direito sagrado do povo.
Nunca irei esquecer de que quando estávamos em greve de fome pela libertação do Juvêncio Mazzarolo, que era o último preso político da ditadura, quando o coronel da PM recebendo ordens diretas da Quinta Região Militar, a quem a PM como Força Auxiliar do Exército estava subordinada, quis nos retirar a força do coreto da Boca Maldita, que era o local onde ocorria o protesto, e indo ao local o Mussi enfrentou o mesmo dizendo em alto e bom som:
“Seu filho de uma puta se relar as mãos nos meninos e meninas você poderá até cumprir as ordens do Exército, mas irá ser compulsoriamente reformado, pois quem comanda a Segurança Pública no Estado sou eu!”
O coronel afinou!
Este era o democrático, honesto, sério, competente e destemido companheiro Mussi!
Em 86 participei de sua propositiva e honesta campanha para deputado, que, embora fosse anteriormente secretário da Segurança, por falta de recursos financeiros não foi bem sucedida. Demos um grande voto, mas o Paraná e o Brasil perderam a chance de ter um excepcional deputado.
As nossas vidas trilharam caminhos diferentes, mas todas as vezes em que casualmente nos encontrávamos me vinha boas as lembranças de um passado de luta e dele recebia um cumprimento afetuoso.
A última vez em que vi o Mussi foi no debate ocorrido no pátio da Reitoria da UFPR sobre a participação política da “geração 68, onde ao lado do Zequinha, do Vitório, entre outros, ele também deu o seu brilhante testemunho sobre a resistência democrática ao período de arbítrio ditatorial.
Como nada é eterno se vai o amigo, mas ficam as boas lembranças imortalizando a história de vida de quem foi um homem justo!
Meus mais profundos sentimentos!