Trabalhadores da Itaipu Binacional em Curitiba vão entrar em greve a partir de segunda-feira, 21. A decisão foi aprovada em assembleia, realizada nesta quinta-feira, 17, em frente á sede administrativa de Itaipu. Em Foz do Iguaçu os trabalhadores do lado brasileiro já estão em greve, desde quarta-feira, 16. Os serviços essenciais como a produção de energia são mantidos, adiantou o presidente do Sindenel, Alexandre Donizete Martins.
“O sindicato divulgou sete pontos que acreditamos serem essenciais para a manutenção das boas relações trabalhistas. Dentre eles está a questão dos salários, pois os trabalhadores são contra a nova tabela salarial, e exigem a equiparação dos salários entre empregados paraguaios e brasileiros”, disse Donizete.
Outra questão é quanto ao PCR (plano de carreira e remuneração). “O Dieese produziu um estudo detalhado do PCR e fez uma análise da proposta da empresa. Pelo que foi apresentado pela Itaipu Binacional, os trabalhadores brasileiros chegam a perder uma média de 10% nos salários, em relação aos trabalhadores paraguaios”, destacou o diretor do Sindenel, Carlos Minoru Koseki.
O diretor sindical denunciou ainda as práticas antissindicais da empresa que chegou a mandar representantes patronais em outras assembleias para tentar desvirtuar as decisões dos trabalhadores.
A greve da Itaipu em Curitiba atende as exigências da legislação trabalhista, que pede a notificação da paralisação com no mínimo 72 horas de antecedência. “A população brasileira e paraguaia podem ficar tranquilas, pois a produção de energia será mantida. Os trabalhadores dos setores operativos e administrativos em greve estão apenas exigindo o que lhes é de direito, com salários justos e condições adequadas para desenvolverem suas atividades profissionais, pois há muita coisa de errado acontecendo e a mídia não divulga”, desabafou Luis Eduardo Reway Nunes, diretor do Sindenel.
“Já estivemos conversando várias vezes com a direção da Itaipu para tentarmos chegar a um denominador consensual, mas a empresa tem-se mantido muito distante das reivindicações dos trabalhadores. E, infelizmente, não restou outra alternativa senão, a deflagração da greve”, concluiu Alexandre Donizete.
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