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Em Curitiba, idosos ajudam a tornar bairros mais seguros

Por Vanessa Prateano, na Gazeta do Povo:

Criados para aumentar a participação da comunidade na prevenção e combate a situações de violência, os conselhos comunitários de segurança (Consegs) nos bairros de Curitiba estão ganhando fortes aliados: os moradores com mais de 60 anos. Com tempo livre, vontade de colaborar e experiência, eles são cada vez mais requisitados para ajudar a comunidade a enfrentar problemas que vão desde a ausência de módulos policiais nos bairros a casos cada vez mais frequentes de arrombamento de residências.

Um bom exemplo da participação ativa do pessoal de cabelos brancos é o Conseg Jardim das Américas, atuante desde 2001. Atualmente, toda a diretoria é formada por pessoas na terceira idade ou prestes a chegar lá – são cinco membros com mais de 60 anos e dois com 57. De acordo com o presidente do conselho, o empresário Pedro Forcadell, de 66 anos, a disponibilidade de tempo faz a diferença, uma vez que quem atua nesses órgãos precisa ter compromisso com o trabalho realizado, que é voluntário. “Se não houver comprometimento, as coisas não acontecem. O trabalho não tem remuneração e toma tempo”, diz.

A coordenadora estadual dos Conselhos Comunitários de Segurança do Paraná, Michelle Lourenço Cabral, também destaca a disponibilidade de tempo como um bom motivo para que os idosos tomem a frente em tais atividades. “O trabalho exige participação em reuniões e cursos, visitas a secretarias e viagens, muitas vezes em horário de expediente, ou seja, é, preciso dispor de tempo”.

Outro diferencial deles é poder colocar em prática a experiência adquirida – seja na vida social, seja na profissional. Um bom exemplo é o conhecimento profundo da região, fruto da longa vivência no bairro. Como lembra Michelle, os idosos não costumam mudar de casa, o que faz com que eles consigam perceber a efetividade ou a necessidade de novos projetos preventivos, o foco dos conselhos.

Experiência

A experiência adquirida pelos idosos também é importante para resolver questões burocráticas que aparecem no dia a dia de quem assume a direção de uma associação. O bancário Jaime José Miquelleto, de 57 anos, colocou a habilidade em lidar com questões administrativas e com números a serviço do Conseg, do qual faz parte há três meses. “Ajuda na hora de elaborar uma ata ou fazer requisições por escrito”, exemplifica.

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Foto: Albari Rosa