Por Marcus Ayres, na Gazeta do Povo:
As ossadas encontradas em um colégio de Campo Mourão (na região Centro-Oeste do Estado) no ano passado pertenciam de fato às estudantes Dimitria Laura Vieira (de 15 anos) e Iara Pacheco de Oliveira(de 19 anos), desaparecidas desde 2008. A confirmação foi dada na tarde desta terça-feira (25) pelo Instituto de Criminalística, em Curitiba, que divulgou o resultado dos exames de DNA.
O acusado de cometer os homicídios, Raimundo Gregório da Silva, de 50 anos, está preso na Delegacia de Campo Mourão desde agosto do ano passado. Na ocasião, ele confessou ter matado as jovens com golpes de marreta, enterrado os corpos na horta da escola e incinerado os ossos, que foram jogados em uma fossa. . No entanto, seu julgamento ainda não ocorreu porque o DNA dos ossos encontrados não havia sido confirmado.
De acordo com o delegado-adjunto da 16.ª Subdivisão de Polícia, José Aparecido Jacovós, com o resultado, Silva poderá responder por duplo homicídio qualificado. Diante de diversas qualificações, o zelador poderá ser condenado a 60 anos de prisão. O restante do material que foi encaminhado para análise deverá ser devolvido ao Instituto Médico Legal (IML) de Campo Mourão, e, em seguida, poderá ser liberado para os familiares.
Longa espera
Mais de um ano se passou desde que as ossadas das estudantes foram encontradas dentro de uma fossa, nos fundos da escola, localizada no conjunto Cohapar. Sem os laudos, as famílias não podiam enterrar os ossos, o que causou revolta nos familiares.
Segundo o Instituto de Criminalística, os ossos das meninas foram encaminhados para análise em outubro do ano passado, mas por falta de recursos para compra de reagentes, os exames tiveram início só em dezembro.
“Não houve nenhum problema administrativo interno que tenha contribuído para a demora dos resultados, o fato foi que ficamos seis meses sem material para fazer os exames”, afirmou o diretor do instituto, Antônio Édson Vaz de Siqueira, em entrevista para a Agência Estadual de Notícias (AEN).
Ele também informou que o DNA presente nos ossos das vítimas estava degradado, porque foi submetido ao calor e à umidade, quando o material foi incinerado e enterrado. “Foram utilizadas quatro técnicas diferentes de extração, todas validadas por protocolos internacionais. Esgotamos o material ósseo para a obtenção dos perfis genéticos”, acrescenta.
Segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), foram feitas 16 tentativas de extração de DNA e gastos cerca R$ 13 mil em exames.
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