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Em busca de nova base, PT filia delegado evangélico

Diante do crescimento da direita entre os agentes de segurança pública e evangélicos, o PT vem fazendo um esforço para se aproximar das pautas desses públicos. Nesta semana, o partido filiou em Curitiba o delegado da Polícia Civil Pedro Felipe Cruz Cardoso de Andrade, que também é evangélico. Crítico do bolsonarismo, Andrade, que tem 32 anos, se interessa por política desde cedo, influenciado pelo pai, que é militante do PT desde os anos 80. Aos 11 anos já participava do movimento estudantil. As informações são do Bem Paraná.

Depois de atuar durante um tempo como inspetor de polícia no Rio de Janeiro, ingressou na carreira de delegado em 2014, atuando no interior do Paraná. Atualmente, trabalha no 1º Distrito Policial de Curitiba e é diretor da Associação dos Delegados da Polícia Civil do Paraná (Adepol), além de integrar o movimento “Policiais Antifascismo”. Ele admite que inicialmente, sua postura progressista era mal recebida na instituição policial e entre os colegas. “Há um ano atrás se você tivesse a audácia de critica o Bolsonaro e defender o PT corria o risco de ser alvejado. Hoje já mudou bastante. Os policiais estão se decepcionando e percebendo que foram vítimas de um estelionato eleitoral”, afirma.

Segundo Andrade, havia na comunidade da segurança pública a expectativa de que o governo Bolsonaro desse um tratamento diferenciado à classe, o que não teria acontecido. “Até agora não foi apresentado nenhum programa macro, nem de valorização do policial ou de combate à criminalidade”, avalia. “Em mais de um ano de governo ainda não foi proposto absolutamente nada que melhore a vida do policial brasileiro”, aponta.

O delegado, afirma, por exemplo, que a política de ampliação do acesso a armas representa um equívoco e um aumento do risco para a atividade policial. “Quem tem que andar armado é o policial”, defende.

Decepção
Sobre o fato de ser evangélico, Andrade afirma que esse não é algo em que ele considere importante em sua atuação política. Mas considera que há sim, espaço para o PT e forças políticas de esquerda crescerem entre esses públicos. “Acho que quanto maior a decepção com o governo Bolsonaro está aumentando mais isso está crescendo, maior é o campo de entrada para quem se colocar como alternativa”, afirma.

Sobre o fato de ter escolhido o PT, ele é direto: “O PT é o maior partido de esquerda da América Latina. Mesmo com o todo o processo de criminalização que tentam fazer, é a alternativa de poder mais viável para combater o crescimento do nazifacismo de direita”. Andrade garante que não se filiou ao partido pensando em uma candidatura às eleições deste ano. Mas não descarta essa possibilidade no futuro. “Meu objetivo é contribuir para a construção de uma frente ampla do campo democrático progressista de centro esquerda para derrotar o bolsonarismo já em 2022”, diz.