por Ivan Santos, no Bem Paraná
As eleições municipais de 2016 devem obrigar o governador Beto Richa (PSDB) a promover uma reforma de seu secretariado. Pelo menos seis integrantes da equipe do tucano são potenciais candidatos à disputa pelas prefeituras paranaenses. E por lei, aqueles que quiserem concorrer, terão que deixar os cargos até o próximo dia 2 de abril, seis meses antes do primeiro turno da eleição.
A maior expectativa é sobre o secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano, deputado estadual licenciado Ratinho Júnior (PSC). A grande dúvida é se ele vai deixar o Executivo para tentar pela segunda vez consecutiva chegar a prefeitura de Curitiba. Em 2012, ele chegou ao segundo turno, quando fez quase 40% dos votos, mas acabou derrotado pelo hoje prefeito e pré-candidato à reeleição, Gustavo Fruet (PDT).
Ratinho Jr não descarta essa possibilidade, mas seus aliados apontam que a preferência dele é por uma candidatura ao governo em 2018. Apesar de liderar as últimas pesquisas de intenção de voto na Capital, a avaliação do grupo do secretário é de que ele correria o risco de acabar repetindo a eleição passada, e esbarrando na rejeição de parte do eleitorado curitibano em um eventual segundo turno. Já em uma disputa estadual, essa rejeição seria menor e mais diluída.
Pesa contra essa estratégia o fato de que Ratinho Jr tem desde já adversários internos de peso no grupo político de Richa. No caso, a vice-governadora Cida Borguetti (PROS), cujo grupo é encabeçado pelo deputado federal Ricardo Barros (PP), e articula sua candidatura à sucessão do governador. Para isso, conta com a desincompatibilização de Richa em 2018, para uma candidatura ao Senado, para que ela assuma o governo e pavimente assim seu nome à sucessão estadual.
Dentro desse cenário, especula-se ainda que Ratinho Jr possa deixar o Executivo em abril para assumir a cadeira de deputado na Assembleia Legislativa. Nesse caso, ele poderia aguardar até agosto por uma definição mais clara do quadro, antes de decidir por candidatar-se ou não a prefeitura. Na hipótese da candidatura não vingar, ele poderia ainda disputar a presidência da Assembleia no final do ano, cacifando-se para a eleição estadual de 2018.
Outro nome que é considerado quase certo para sair é o do secretário de Estado do Planejamento, Silvio Barros, cunhado da vice-governadora. Ele é cotado para representar o grupo na disputa pela prefeitura de Maringám que já comandou por dois mandatos, entre 2005 e 2012.
O também deputado estadual licencidado, Douglas Fabrício, pode deixar a secretaria de Estado do Esporte e Turismo, para tentar a prefeitura de Campo Mourão (região Noroeste). Ele já disputou o cargo em 2004, quando fez 19.359 votos, ficando em segundo, atrás de Nelson Tureck (PSDB), com 19.640, uma diferença de apenas 281 votos. Na eleição de 2014, Fabrício foi o deputado estadual mais votado na cidade, com mais de 20 mil votos, e disputa a indicação com o ex-prefeito Tauillo Tezelli, também do PPS.
BRDE
Da direção do Banco Regional de Desenvolvimento da Região Sul (BRDE) podem sair outros dois candidatos às eleições deste ano: o ex-governador Orlando Pessuti (PMDB), que sonha com uma candidatura a prefeito de Curitiba, e Wilson Quinteiro (PSB), que pode se candidatar a prefeitura de Maringá. Pessuti, porém, terá dificuldades de se viabilizar no PMDB, onde a preferência é do deputado estadual Maurício Requião Filho, filho do senador e presidente estadual do partido, Roberto Requião. O ex-governador já afirmou que pode ir para outro partido, em busca de legenda.
Por fim, o atual presidente da Compagás, Fernando Ghignone, é um dos nomes citados pela cúpula do PSDB como pré-candidato à prefeitura da Capital. O partido tem afirmado que terá candidato próprio.
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