A corrida pelo Palácio 29 de Março já está engatada em segunda marcha, mas só aos poucos começa a sair dos bastidores. Nesta sexta-feira (31), o deputado federal Gustavo Fruet (PDT) deu mais um passo no sentido de oficializar seu nome como um dos postulantes à prefeitura de Curitiba. Na cerimônia de troca de comando do partido na capital, Fruet foi reconduzido à diretoria e aumentaram os rumores de que irá disputar novamente o Executivo municipal. Informações de Carlos Coelho, da Gazeta do Povo.
Apesar disso, o deputado não decreta seu nome como representante da legenda. “O que posso dizer é que o PDT terá candidatura própria em 2020 e trabalharemos para ter candidatura própria em 2022 [na eleição para o governo]”, disse à Gazeta do Povo Fruet, que já comandou a prefeitura da capital entre 2013 e 2016. O pedetista cita também o deputado estadual Goura como possível candidato da legenda. “[Além dos dois] Tem várias opções. Mas o importante no evento de hoje é reafirmar a candidatura própria [do partido] e, da minha parte, em chapa pura”, adianta.
Da mesma forma, o partido Novo também se movimenta para escolher seu candidato. Neste sábado (1º), a legenda realiza uma convenção na qual deve reafirmar seu interesse em ter candidato próprio na capital. O Novo inclusive contratou uma consultoria, a Exec, responsável pelo recrutamento de executivos de alto escalão para empresas, para selecionar potenciais candidatos para disputar o pleito.
O objetivo é atrair empresários ou executivos com capacidade de gestão para disputar a vaga, no melhor estilo headhunter.
Os possíveis novos nomes na disputa se somam a figuras certas no pleito de 2020 e outras cuja participação é muito provável. No primeiro time, estão Delegado Francischini (PSL) – que afirmou em diversas oportunidades que irá concorrer – e o atual prefeito, Rafael Greca (DEM) – que, embora não tenha oficializado o interesse, já afirmou à Gazeta do Povo que permanecer no cargo seria “um estado de graça”.
Entre os prováveis concorrentes está Ney Leprevost (PSD), um nome forte ligado ao grupo do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e que disputou o segundo turno com Greca em 2016. Leprevost ficou no quase, mas viu seu nome ser fortalecido após perder por uma margem estreita de votos. Ele não confirma, mas está longe de descartar a candidatura.
“O conjunto dos quatro nomes acima – Fruet, Greca, Francischini e Leprevost -, aliás, apareceram tecnicamente empatados em um levantamento do Instituto Paraná Pesquisas em março. Na pesquisa estimulada, em que o entrevistador cita nomes possíveis, Greça ficou com 19,4% das intenções de voto; Fruet, com 15,7%; Leprevost, com 14,8%; e Francischini, com 14,3%.
A pesquisa foi feita com 904 eleitores curitibanos entre os dias 16 e 20 de março. A margem de erro é de 3,5 pontos porcentuais.
Embora não tenha definido um representante, o PT também deverá ter um nome próprio na disputa. Dr. Rosinha, diretor estadual do partido, afirma que a escolha levará ainda alguns meses, mas cita as personalidades mais prováveis da sigla. “O debate no PT está bastante incipiente ainda. Estamos em um debate de construção da nova direção. Mas temos alguns nomes que são colocados. O Tadeu Veneri, que foi nosso último indicado, e a Mirian Gonçalves, que foi nossa vice-prefeita [na gestão de Fruet]”, diz.
O próprio Dr. Rosinha é uma possibilidade. “Alguns falam em meu nome, mas a prioridade são essas duas pessoas”, diz.
À reportagem, João Arruda (MDB) confirmou que entrará na corrida. Arruda é ex-deputado e foi candidato ao governo em 2018, terminando a disputa na terceira colocação.
Por outro lado, nomes como o do ex-prefeito Luciano Ducci (PSB), do deputado federal Paulo Martins (PSL) e da deputada estadual Maria Victoria (PP) não são descartados do páreo, mas com menor probabilidade de concorrerem.
Confira mais sobre os principais nomes:
Gustavo Fruet (PDT): caso confirme sua intenção de concorrer à prefeitura, deverá ser uma das principais forças de oposição à gestão de Rafael Greca. Na bagagem, Fruet tem a experiência de já ter sido prefeito, além de um eleitorado fiel que o reconduziu à Câmara dos Deputados em 2018. Precisará, porém, melhorar sua performance de votos em eleições majoritárias – em 2016, na tentativa de se reeleger prefeito, ficou de fora do segundo turno e assistiu a decisão ficar entre Greca e Leprevost.
Rafael Greca (DEM): terá provável apoio do PSDB e chapa semelhante à vitoriosa em 2016, com Eduardo Pimentel se mantendo seu vice. A seu favor, Greca tem o fato óbvio de já estar no cargo. Dessa forma, tem feito uma gestão ativa, na visão de analistas, com obras que impactam mais diretamente o eleitorado: pavimentações, por exemplo.
Fernando Francischini (PSL): pode surfar na atual tendência conservadora do eleitorado, que levou Jair Bolsonaro, de seu partido, à presidência da República, além de credenciar diversos deputados pelo país. Seu sucesso dependerá em parte da manutenção dessa onda e do fortalecimento de seu PSL. Jogam contra Francischini a falta de apoios, já que aliados que poderiam ser de peso parecem propensos a endossar outras campanhas: o PSDB segue com Greca e o grupo de Ratinho, a princípio, com Leprevost.
João Arruda (MDB): candidato ao governo do Paraná em 2018, Arruda não ameaçou a eleição de Ratinho Junior, que venceu ainda no primeiro turno. No entanto, tornou-se um nome mais conhecido em todo o estado — foi de 5% nas intenções de voto nas primeiras pesquisas para 13% no resultado consolidado. Sua candidatura à prefeitura, porém, pode disputar uma faixa de oposição na qual corre também o ex-prefeito Gustavo Fruet. Sobrinho do ex-governador e ex-senador Roberto Requião, Arruda afirma que o peso do tio, de eleitorado consistente no estado, não deve ter interferência em sua trajetória.
Ney Leprevost (PSD): secretário de Ratinho Junior, que é de seu partido, pode ter como vantagem o apoio do governador. É uma popularidade de peso, já que Ratinho Junior foi eleito em primeiro turno na eleição de 2018. Não só isso. Em 2016, Leprevost bateu Fruet e chegou ao segundo turno com Greca, perdendo por uma margem muito apertada: 461 mil contra 405 mil. “É inegável que alguém que deixa de ganhar a eleição [de 2016] por uma margem tão pequena fique com uma certa vontade. E não só uma vontade minha. As pessoas na rua vêm me abordar e falam: ‘próximo prefeito’”.
Tadeu Veneri/Mirian Gonçalves/Dr. Rosinha (PT): o Partido dos Trabalhadores ainda não fechou o nome que disputará o Executivo municipal. Diretor estadual da legenda, Dr. Rosinha afirmou que a tendência é ser um dos três. Deles, Mrian e Veneri parecem levar uma leve vantagem. Na última eleição, Mirian concorreu ao Senado, fazendo pouco menos de 600 mil votos (não se elegeu). Veneri conquistou uma vaga na Assembleia Legislativa com 69 mil votos.
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https://www.gazetadopovo.com.br/parana/prefeitura-candidatos-corrida-curitiba/
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