O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, descartou a possibilidade de deixar o comando do legislativo para se defender no inquérito que investiga seu possível envolvimento no Petrolão. O peemedebista afirmou que não há motivo para nenhum deputado investigado deixar cargos em comissões da Câmara e no Conselho de Ética.
Em entrevista ao programa Jogo do Poder, Cunha criticou o procurador geral da República, Rodrigo Janot, por ter pedido abertura de inquérito contra 49 políticos citados durante as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. “Óbvio que não farei isso (se afastar da presidência). Fui líder do PMDB com uma denúncia, fui julgado e absolvido, fui presidente da Comissão de Constituição e Justiça quando tive um inquérito. Todos são iguais no exercício do mandato. Todos são qualificados enquanto estiverem lá. E, finalmente, fui eleito com 267 votos (para a Presidência da Câmara)”, afirmou.
Em 2013, o STF arquivou inquérito que investigava se Cunha exerceu tráfico de influência para favorecer a refinaria de Manguinhos. No ano passado, Cunha foi absolvido da acusação de uso de documento falso durante investigação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio sobre a gestão do deputado à frente na Companhia Estadual de Habitação (Cehab), entre 1999 e 2000.
“Não vejo nada demais em abrir inquérito, não tenho a mínima preocupação. Tem mais de 100 parlamentares com inquérito no STF. E ninguém é culpado antes de ter sua situação avaliada e julgada pelo STF”, disse Cunha.
O presidente da Câmara reclamou que Janot ‘igualou’ os suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção ao pedir abertura de inquérito para todos. O inquérito pode resultar em denúncia, se houver indício de prática de crime, ou ser arquivado. “Em primeiro lugar, pedir abertura de inquérito contra todos já é uma coisa absurda. Se há fatos contra alguém, esses fatos culminam em denúncia (do Ministério Público ao STF). Agora, o inquérito vai igualar todo mundo”, afirmou.
Reação do PMDB
Cunha acusou o governo de isolar o PMDB e não levar o partido para o centro de decisões. O fato de ocupar a vice-presidência da República, com o peemedebista Michel Temer (SP), disse o deputado, não significa ter protagonismo do governo. “O cargo do vice-presidente efetivamente está no governo, mas não é poder, é expectativa de poder. (…) Qualquer governo com um mínimo de capacidade de entendimento do que é política deveria usar uma figura como o Michel Temer para ajudar na sua articulação política, porque ele tem muito mais capacidade do que qualquer outro”, disse.
Com informações do Brasil Post
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