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Editorial Nossa Folha: O mundo dá voltas

Editorial Nossa Folha: O mundo dá voltas

Serranópolis do Iguaçu deu um gigantesco passo rumo à conscientização ambiental. De município que lutou para reabrir a Estrada do Colono, que corta ao meio o Parque Nacional do Iguaçu, passou a ser, ao menos em partes, um defensor da ínfima Mata Atlântica remanescente.

A Escola Parque recém criada vai ensinar muito às nossas crianças e vai oportunizar às comunidades dar uma pequena amostra do que as mulheres do campo podem fazer. Gastronomia, artesanato, cultura e educação ambiental se misturam em um espaço que pretende mudar nossos hábitos para preservar o que nos resta e tratar aquilo que deixamos adoecer.

Isso parece ser um tratado de paz com a natureza, um cessar fogo para manter as inúmeras belezas da fauna e flora do Parque Nacional do Iguaçu para as futuras gerações.

Muitos cidadãos da região começam a mudar a idéia com relação à reabertura da estrada do colono, que liga o Oeste ao Sudoeste do Paraná. Parece que aprendemos, aos trancos e barrancos, que o desenvolvimento de Serranópolis, Medianeira ou da região do lado de lá do mapa não depende da abertura de uma estrada.

Em épocas de informatização total e comunicação instantânea, de turismo ambiental, seria ignorância dizer que a região não se desenvolve por que não tem uma estrada. Tem ao lado uma gigantesca obra de arte Divina, esculpida durante milhões de anos, com riqueza incomensurável e que deve ser usada para gerar milhões para o município e gerar consciência.

É preciso centralizar um plano de desenvolvimento sem a Estrada do Colono. É importante que as pessoas deixem de achar chifre em cabeça de cavalo (me perdoem o trocadilho). Com tanta coisa boa para se preocupar, como o desenvolvimento focado em políticas econômicas, ambientais e sociais modernas, é um retrocesso achar que uma centena de caminhões que passe pelo meio da mata vão dar emprego e renda para toda a nossa gente.

O foco deve ser naquilo que o município tem de melhor: o Parque Nacional do Iguaçu e a simpatia e cordialidade do povo do campo. Pra que mais? Basta empenho! Parabéns a todos envolvidos nessa lenta e feliz catarse. Que continue assim!