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Economia: Salários no Interior crescem e cai diferença com a capital

Inauguração da fábrica de cimentos Supremo Secil

O crescimento do Interior do Estado, com atração de novos investimentos produtivos, provocou mudanças também nos salários pagos aos trabalhadores. A diferença em relação ao rendimento de quem trabalha na Região Metropolitana de Curitiba, que tradicionalmente paga melhores salários, vem diminuindo. A conclusão é de um levantamento do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes) com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).

“O processo de descentralização da economia que adotamos nos últimos cinco, seis anos provou-se positivo, ao encorajar o desenvolvimento de regiões e municípios que antes não contavam com o dinamismo de indústrias e grandes empresas”, comentou o governador Beto Richa. “Sem prejuízo para a região metropolitana de Curitiba, incentivamos os investimentos privados em outras regiões do Estado, gerando empregos, ampliando o consumo e melhorando os salários dos trabalhadores no interior”, acrescentou Richa.

O estudo mostra que o salário médio de um trabalhador do mercado formal no Interior do Paraná era de R$ 1.187 em 2010 – 66,3% menor do que o pago na RMC.

Em 2015, esse rendimento estava em R$ 1.985 – menor em 56,2% que o da RMC. “O que se observa é que os investimentos, especialmente na industrialização da produção do campo, elevaram as médias salariais nas cidades do Interior. É uma tendência que deve se manter para os próximos anos”, diz o diretor-presidente do Ipardes, Júlio Suzuki Júnior.

AUMENTARAM MAIS – Os salários no Interior cresceram mais do que os da Região Metropolitana de Curitiba. Entre 2010 e 2015, o rendimento médio no Interior cresceu 67% em termos nominais (sem considerar a inflação). Na RMC, o salário subiu 57%.

PARTICIPAÇÃO – O aumento da remuneração coincidiu com o avanço da economia no Interior do Estado. Se em 2010 o Interior gerava 55,2% do PIB paranaense, em 2013 (dado mais recente disponível), essa participação havia alcançado 58,7%, de acordo com dados do IBGE e do Ipardes. No período, o PIB do Interior passou de R$ 124,4 bilhões para R$ 195,4 bilhões.

CONSUMO – O aumento da renda contribui para elevar o consumo no Interior. Dados da pesquisa IPC Maps, realizada pela IPC Marketing Editora, consultoria paulista especializada no setor, mostram que, em 2016, 65% do consumo do Estado vem de famílias que moram fora da região metropolitana de Curitiba.

De acordo com o levantamento, ao todo, os paranaenses vão gastar R$ 246,4 bilhões em 2016. Do total, R$ 160,1 bilhões devem vir do Interior. O cálculo do IPC Maps toma como base dados coletados junto ao IBGE, Fundação Getúlio Vargas (FGV) e indicadores dos Estados. O potencial de consumo inclui uma série de categorias de gastos, como alimentação dentro e fora do domicílio, manutenção do lar, medicamentos e planos de saúde, educação, recreação, transporte e viagens e outras despesas, como aquisições e imóveis. Considera, ainda, as compras de vestuário, calçados, itens de higiene e cuidados pessoais, artigos de limpeza, eletrodomésticos.

PARANÁ COMPETITIVO –
O aumento do consumo no Interior ganhou força nos últimos anos, embalado pelo atual ciclo de investimentos atraídos pelo programa de incentivos Paraná Competitivo e pela força do agronegócio – um dos poucos setores que ainda cresce neste período de crise. Em 2010, os municípios tinham uma participação de 58,7% do consumo total no Estado. Em 2015, essa participação chegou a 64% e nesse ano avançou um pouco mais, para 65%.

DESCENTRALIZAÇÃO – A descentralização vem crescendo desde 2010. Naquele ano, as dez maiores cidades do Estado respondiam por 53% do consumo paranaense. Em 2015, a concentração foi reduzida para 49% e, neste ano, a participação está em 47,9%. De acordo com o estudo, as dez cidades com maior potencial de consumo no Estado em 2016 são Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu, Colombo, Guarapuava e Pinhais.