Por Fernando Jasper, na Gazeta do Povo:
O saldo da balança comercial paranaense nos cinco primeiros meses de 2011, que ficou negativo em US$ 453 milhões, é o pior para esse período em pelo menos 22 anos, quando teve início a série histórica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Desde então, o estado havia acumulado déficit comercial no intervalo entre janeiro e maio apenas uma vez – em 2001, quando o saldo ficou negativo em US$ 189 milhões.
É fato que, de 2008 para cá, as importações superaram as exportações em vários meses. Mas a primeira metade do ano, quando é escoada grande parte da safra agrícola, costumava ser de gordos superávits.
Nos cinco primeiros meses de 2010, por exemplo, as vendas ao exterior haviam desbancado as compras em US$ 535 milhões. Em anos anteriores, o superávit no período ficava quase sempre acima de US$ 1 bilhão, chegando a beirar US$ 2 bilhões em meados da década passada.
O desempenho deste ano reforça as evidências de que, mesmo batendo recordes, os embarques paranaenses de produtos básicos e semimanufaturados – como soja em grão, carnes e açúcar – têm dificuldade cada vez maior em suplantar as importações de petróleo, adubo e, principalmente, produtos industrializados.
Ao todo, o estado exportou quase US$ 6,5 bilhões de janeiro a maio, um faturamento inédito, 24% maior que o dos cinco primeiros meses de 2010. A expansão das importações, porém, foi bem mais forte: elas cresceram 48%, atingindo pouco mais de US$ 6,9 bilhões.
Entre os manufaturados que o Paraná traz de outros países destacam-se veículos e suas peças, em especial fabricados na Argentina, México e Alemanha; e uma miríade de produtos chineses, entre eles aparelhos de ar condicionado, telas de computador, circuitos integrados, ferramentas elétricas, lâmpadas, pneus e eletrodomésticos de todo tipo.
Grande compradora de soja e frango, a China é hoje o principal parceiro comercial do Paraná, respondendo por 16% das transações do estado com outros países – há dez anos, a participação chinesa não chegava a 2%.
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