A aparente ausência de novidade da nova pesquisa do Datafolha sobre a eleição presidencial, divulgada nesta segunda-feira, mesmo depois da bomba das delações da JBS, esconde alguns indicadores importantes.
Um dos que mais têm motivos para comemorar é o tucano João Doria. Depois de quase seis meses à frente da prefeitura de São Paulo, o “gestor” manteve um bom patamar na pesquisa (10%), ainda mais para um novato, e continua com a rejeição baixa (20%), a segunda menor entre os 12 candidatos avaliados pelo instituto.
E isso logo depois de o prefeito ter declarado o “fim da cracolândia”, só para vê-la ressurgir horas depois, e da alta dos acidentes nas marginais, como provável consequência do aumento da velocidade autorizado pelo tucano.
O outro vencedor da pesquisa é o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), assim como Doria um representante da direita que não tem vergonha de ser direita, ainda que haja nuances relevantes entre os dois.
O levantamento mostrou que o deputado federal, que triplicou suas intenções de voto desde dezembro, é um fenômeno que veio para ficar. Bolsonaro, no entanto, nem de longe enfrenta o mesmo escrutínio que o tucano, e pode começar a ceder quando ficar no centro do palco, ou do picadeiro. Sua rejeição já é a terceira maior, atrás apenas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Geraldo Alckmin (PSDB).
Sobre Lula, vale o que já foi dito. O petista está no patamar histórico onde sempre esteve antes de chegar à Presidência, de cerca de 30% do eleitorado que parece não ligar para as provas de corrupção que o cercam. Sua condenação nos próximos dias pelo juiz Sergio Moro (o único que o derrotaria no segundo turno) não deve mudar isso. A rejeição perto de 50%, que não para de aumentar e ainda pode ganhar alguns pontos, reforça que sua eleição seria muito difícil num segundo turno contra um candidato viável.
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