Carolina Avansini, Folha de Londrina
O delegado Márcio Adriano Anselmo, da Polícia Federal do Paraná, explica que há diversos “modus operandi” utilizados por criminosos para “lavar dinheiro”. “O setor que desperta mais interesse é o bancário, onde há grande circulação de valores”, relata. Além disso, outros mecanismos usados são empresas de fachada e a mistura de dinheiro lícito com ilícito, como por exemplo a utilização de empresas reais para mescla de dinheiro ilícito na contabilidade, o que dificulta o rastreamento.
O delegado cita também que existem mecanismos alternativos para viabilizar a circulação de recursos vindos do crime. Um deles é o transporte físico de dinheiro. “Os doleiros, por exemplo, funcionam como verdadeiros ‘bancos’ clandestinos para movimentação financeira à margem do sistema financeiro.”.
O sistema financeiro é o principal foco de controle e é acompanhado de perto por unidades de inteligência financeira como o COAF. Por isso, conforme o delegado, os criminosos buscam alternativas para movimentações paralelas. “Os doleiros figuram como os grandes lavadores, por permitirem essa ‘movimentação’ quando o objetivo é que ela não deixe rastros como registro de origem ou destino”, exemplifica.
Anselmo acrescenta que os doleiros se utilizam de empresas de fachada e os chamados “laranjas” (pessoas físicas) para as movimentações que necessitam passar pelo sistema financeiro, servindo como “ponte” entre elas e o destinatário final. “É importante lembrar que os doleiros hoje atuam muito além da compra e venda de dólares, mas sim como ‘lavanderias’, providenciado todo tipo de operação que o cliente necessite”, esclarece.
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