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Dois manifestantes detidos em ato contra a Copa do Mundo em Curitiba

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Eles foram levados pela Guarda Municipal depois que um vaso sanitário foi atirado contra a porta da frente da Prefeitura, ponto final da manifestação. Via Gazeta do Povo.

O ato contra a Copa do Mundo realizado neste sábado (3) em Curitiba terminou com duas pessoas detidas. Os dois suspeitos foram levados pela Guarda Municipal depois que um vaso sanitário foi atirado contra a porta da frente da Prefeitura, ponto final da manifestação. O fato ocorreu por volta das 19h25, cerca de duas horas e meia depois do início da passeata, que, até então, não tinha registro de atos violentos.

De acordo com a Guarda Municipal, um dos suspeitos de ter atirado o objeto tem menos de 18 anos e foi encaminhado para a Delegacia do Adolescente. O outro será encaminhado ao centro de plantão da Polícia Civil.

Mesmo após a confusão, o ato, que reuniu cerca de 60 pessoas, continuou por algum tempo. Às 20h30, após a chegada de mais equipes da Guarda Municipal, o grupo começou a se dispersar.

De acordo com um dos manifestantes, depois que a porta da Prefeitura foi quebrada, a Polícia Militar tentou dispersar a manifestação com o uso de bombas de efeito moral. Os ativistas, no entanto, retornaram e teriam sido impedidos de se aproximar do prédio porque os guardas começaram a apontar armas contra o grupo. “Eles agiram de maneira meio truculenta sim. Acabou que dois foram presos e saíram acompanhado de advogados da Defensoria Pública. Mas não é nada conclusivo, ninguém sabe dizer quem criou o tumulto”, disse o manifestante, que falou com a reportagem em nome do coletivo Rua – Juventude Anticapitalista.

A reportagem está tentando entrar em contato com a Prefeitura de Curitiba e com a assessoria de imprensa da Polícia Militar para obter a versão deles sobre o modo de atuação da polícia e da guarda municipal durante o protesto, mas nenhum dos responsáveis havia sido localizado até as 20h45.

Caminhada

A concentração dos manifestantes ocorreu por volta das 17 horas, na Boca Maldita, no Centro de Curitiba. Cerca de meia hora depois, o grupo saiu em caminhada por algumas ruas centrais da cidade, com destino à Prefeitura.

A marcha causou interdições no trânsito, mas agentes da Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) acompanharam o evento. Pouco depois das 18 horas, policias militares e guardas municipais também começaram a acompanhar o ato pelas ruas.

Depois de saírem da Rua XV de Novembro, a passeata passou por um trecho da Rua Marechal Deodoro, e depois, pela Avenida Sete de Setembro. Por volta das 18h50 eles estavam na Rua Mariano Torres, próximo ao Círculo Militar. Às 19h15 eles já estavam na Prefeitura.

No cruzamento entre a Mariano Torres e a Avenida Visconde de Guarapuava, os ativistas queimaram lixo e uma boneca que representava a presidente Dilma Rousseff. Em outro trecho, foram queimadas edições da revista Veja.

De acordo com participantes, o protesto deste sábado foi organizado, principalmente, para não deixar “em branco” o dia em que o troféu da Copa passa por Curitiba. A taça Fifa chegou à capital paranaense nesta manhã. É a sexta escala brasileira de um tour de 15 mil quilômetros por 89 países, iniciado em setembro do ano passado.

Com faixas e megafones, os manifestantes gritaram palavras de ordem durante o trajeto. Em cruzamentos com semáforos, eles pararam para chamar a atenção dos motoristas. “Da Copa, da Copa, da Copa eu abro mão. Eu quero é saúde, moradia e educação”, é uma das frases ditas pelo grupo. No evento criado no Facebook para organizar a passeata, 1,1 mil pessoas haviam confirmado presença.

“Tem gente que aproveita para ir tirar foto com a taça. Nós aproveitamos este dia para mostrar que não queremos a Copa do Mundo aqui, porque nada vai mudar na vida das pessoas”, declarou Bernardo Pilotto, um dos participantes do protesto.

Os organizadores do protesto informaram que está prevista para o próximo dia 15 de maio uma nova manifestação anti-Copa, que deverá ser realizada, ao mesmo tempo, em várias capitais do país.