O diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo Lopes de Oliveira, foi denunciado ao lado de nove pessoas pelo MPF (Ministério Público Federal) por supostamente integrarem uma organização criminosa que recebia propina para auxiliar a empresa Hypermarcas no Senado Federal. As informações são do Paraná Portal.
O núcleo político da organização era chefiado pelo ex-senador Paulo Bauer (PSDB-SC) e pelo seu assessor Marcos Antônio Moser, que receberam R$ 11,8 milhões da Hypermarcas e transferiram para lavagem de dinheiro no Paraná Pesquisas e em outras quatro empresas.
Também foram denunciados os então executivos João Alves de Queiroz Filho, Carlos Roberto Scorsi e Sílvio Tadeu Agostinho (Hypermarcas), Nereu Antônio Martinelli (Ycatu Engenharia e Saneamento), Péricles Luiz Medeiros Prade (Prade e Prade), Maurício Sampaio Cavalcanti (One Multimeios).
Todos os réus serão denunciados pelos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e formação e participação de organização criminosa. Neste último delito, o MPF dividiu a denúncia em três núcleos:
- núcleo político: Paulo Bauer e Marcos Antônio Moser;
- núcleo na Hypermarcas: João Alves de Queiroz Filho, Carlos Roberto Scorsi e Sílvio Tadeu Agostinho;
- núcleo lavagem de dinheiro: Nereu Martinelli, Péricles Prade, Murilo Hidalgo de Oliveira e Maurício Cavalcanti.
ENTENDA O CASO HYPERMARCAS
A ação penal do MPF foi fruto de investigações realizadas a partir da delação premiada de Nelson José de Mello, ex-diretor de relações institucionais da Hypermarcas.
Além de depoimentos, Mello mostrou cópias de contratos fictícios, além de uma linha do tempo que mostrava uma proposta de emenda constitucional feita por Paulo Bauer (PEC 115/2011) na época em que recebeu os pagamentos da empresa. O projeto alterava o regime tributário sobre medicamentos de uso humano.
Mello inclusive citou que Paulo Bauer foi escolhido pelo seu destaque na política catarinense, tendo forte discurso dentro da “guerra fiscal” entre os estados e a indústria farmacêutica.
Os contratos fraudulentos eram firmados entre as Hypermarcas e demais empresas do esquema criminoso, que repassavam o dinheiro para Paulo Bauer.
Inclusive, a empresa KPMG Auditores Independentes, responsável por auditoria externa na Hypermarcas, chegou a questionar o contrato com a Prade & Prade, devido ao pagamento de honorários de escritório sem que os advogados do grupo estivessem elencados na Hypermarcas.
Paulo Bauer já deixou o cargo de Secretário Especial para o Senado da Casa Civil da Presidência da República em 4 de fevereiro deste ano, após passar quase um ano no cargo. A época, Bauer disse em pronunciamento que sua saída seria devido a uma “reestruturação administrativa interna que está em andamento na Casa Civil”.
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