Reeleita presidente com a margem mais apertada de votos desde a redemocratização, a presidente Dilma tem dois meses para mudar o seu estilo de governar. Esta é a opinião do atual presidente da Câmara, o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), criticou a forma como a presidente trata o Congresso e o seu principal aliado, o PMDB.
“Não pode ser como vinha sendo: o PT escolhendo o que quisesse, principalmente os melhores ministérios, e deixando o resto para os outros. Não pode e não deve ser assim. A presidente Dilma tem dois meses para provar que as coisas não vão ser assim”, afirmou em entrevista à revista Veja
Para o deputado, uma relação pouco amistosa pode fazer até com que o PMDB esteja na oposição. “Aqui, pelo radicalismo da campanha, é um prato cheio para o Aécio, porque as coisas vão se tornar ainda mais radicais. Mais do que nunca vai exigir a colaboração do PMDB e ela própria vai ter de conversar mais com o setor produtivo, com representantes empresariais, com o setor sindical e com parlamentares”, afirma.
Sobre sua sucessão, Alves, que deixa a casa em 2015 após dez mandatos consecutivos, referenda a escolha do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já indicado pela bancada peemedebista e tido como o favorito para presidir a Câmara na próxima legislatura. “Ele é a indicação da bancada. O Eduardo tem credibilidade, é respeitado pelos parceiros, pelos adversários e cumpre acordos. É um nome muito forte.”