Do blog do Zé Dirceu:
No próximo domingo a presidenta Dilma Rousseff chega à marca simbólica dos 100 dias de governo, assunto que muito apropriadamente pautou a mídia neste fim de semana que passou.
Lê-se as matérias do balanço dos 100 dias e vê-se que os jornais não mudam: vira e mexe e voltam na mesma tecla – inflação, mais juros, mais cortes orçamentários, menos crescimento econômico…
Não é nem o óbvio repetido sempre por eles. Inflação, juros, cortes, crescimento, viraram uma obsessão. Até reconhecem que a inflação é importada, mas não deixam claro, ou não se estendem no fato de que muito dela e dos problemas econômicos decorrem da guerra cambial e comercial, do uso do dólar para sanear as finanças públicas e o déficit comercial norte-americano.
Coisa, aliás, que todo o mundo reconhece, Estados Unidos e Europa à frente. Reconhecem e não sabem o que fazer, já que aumentar juros e cortar gastos, no caso da Europa, não têm resolvido nada. Pelo contrário, nunca houve tanto desemprego. Os juros e a inflação sobem, mas a economia ameaça não crescer.
Norte-americanos e europeus no pior dos mundos
Eles vivem o pior dos mundos! Enfrentam queda de arrecadação e aumento do serviço da dívida pública. Tudo agravado pela situação fiscal já desesperadora, dada a dívida pública e o déficit fiscal da maioria dos países europeus e dos EUA. Nestes a economia dá sinais de recuperação, mas contraditórios, sem nenhuma certeza do fim da recessão iniciada em 2008.
Não reconhecer o esforço fiscal e monetário do nosso governo e clamar por mais cortes e juros como fazem nossa mídia e oposição é pura cegueira ideológica. Os problemas existem e estão aí para os próximos 4 anos.
E todos constituem compromissos de governo da presidenta Dilma, de resolvê-los e/ou encaminhar as soluções: a gestão pública, as questões ambientais, a expansão do ensino técnico e da inovação, a saúde e a segurança pública, os transportes públicos e o trânsito nas grandes cidades…
Mas, sem crescimento econômico que traga elevação da arrecadação sem aumento de impostos, e sem a redução da dívida pública, não vamos enfrentar nenhum deles.
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